Um grupo de 100 prefeitos desembarca nesta semana em Brasília para pressionar governo e Congresso. Eles querem convencer tanto a gestão Lula como parlamentares a desistirem da ideia de reoneração previdenciária de municípios de até 142 mil habitantes.
A agenda ainda está em elaboração na Confederação Nacional de Municípios. A previsão é que haja uma concentração na sede da CNM, entidade presidida por Paulo Ziulkoski; ida ao Congresso, onde devem se reunir com alguns senadores, como o líder do União Brasil, Efraim Filho (PB); e ida ao Palácio do Planalto para discutir o assunto com os articuladores políticos. Só depois a CNM deve alinhar um documento com uma proposta única do movimento municipalista em relação à desoneração das prefeituras.
O Estadão/Broadcast apurou que, por ter sido convocada de última hora, a mobilização de prefeitos não deve ser muito grande. Cerca de 100 prefeitos confirmaram presença, segundo fontes ouvidas. Há, ainda, mais lideranças estaduais que devem comparecer à mobilização.
A CNM quer demonstrar força para que o governo e o Congresso mantenham a desoneração das prefeituras de até 142 mil habitantes. Pela lei aprovada no ano passado, esses municípios passariam a pagar uma alíquota previdenciária de 8%, em vez de 20%. Esse benefício, porém, foi revogado pela medida provisória 1.202, da reoneração da folha de pagamentos. Por causa das regras de noventena, a alíquota cheia só voltará a ser paga em abril.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma nova MP, recuando apenas em relação à reoneração dos 17 setores da economia. O gesto revoltou os prefeitos, que começaram a organizar uma mobilização em Brasília para pressionar o Palácio do Planalto a publicar uma nova medida provisória para rever também a reoneração das prefeituras.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já indicou, na semana passada, que, se o governo não tomar nenhuma decisão, ele pode anular esse trecho específico da MP 1.202 e retomar o benefício para as pequenas prefeituras.