A prefeita Adriane Lopes participou nesta segunda-feira (6), da solenidade que confere ao município de Campo Grande, o título de “Capital do Agronegócio”. A solenidade foi realizada ao início do 3º Encontro Técnico dos Criadores, no Pavilhão do Fazendeiro, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, às 18h30. Após a cerimônia houve palestra com o tema Desafios do Mercado do Boi Gordo e Suas Oportunidades, com o zootecnista Caio Rossato.
A prefeita destacou que a lei vem para reforçar o potencial econômico de Campo Grande, que se evidencia como a Capital do Agro. “O Agro é uma das vocações de Campo Grande. A nossa Capital é pujante e cresce tendo o menor índice de desocupação do país. O agronegócio é propulsor da nossa cidade, então nada mais justo que dar esse codinome valorizando o agronegócio e os produtores da nossa Capital, importantíssimos para a economia local”, disse a prefeita, destacando também a geração de emprego e desenvolvimento por meio do agro e agradecendo ao vereador Claudio Serra pela proposta, aprovada na Câmara.
O autor do projeto, vereador Claudinho Serra, salientou que ostentar o título de capital brasileira do agronegócio é um ganho, já que as demais cidades podem até centralizar os serviços e a produção de seus estados, mas nenhuma delas produz e aufere tanto rendimento quanto Campo Grande. “Nós estamos aqui validando esse compromisso com os nossos produtores e com o setor da economia”.
A prefeita também citou o levantamento mais recente do IBGE, onde indica que com uma área plantada de mais de 165 mil hectares, Campo Grande possui o maior valor de Produção Agrícola Municipal entre as 26 capitais brasileiras.
“Campo Grande vem protagonizando, ao nível nacional, o desenvolvimento econômico. Nós acreditamos nessa vocação do agro e vamos projetar Campo Grande também através desse novo nome, difundindo as nossas riquezas e os nossos produtores que fazem toda a diferença na economia local.”
O presidente da Acrissul, Guilherme Bumlai, destacou que o codinome faz jus a produção e é importante para estimular. “Ficamos muito contentes com a sanção da prefeita a essa lei, que valoriza nossos produtores e nossa economia. O agronegócio faz toda a diferença nos municípios, no Estado e no Brasil, por isso, ser a Capital do Agronegócio é muito significativo.”
Também compareceu no evento o Cônsul André Bezerril, representante do Brasil no Grão-Ducado de Luxemburgo, que está na Capital fortalecendo o diálogo sobre iniciativas direcionadas ao desenvolvimento sustentável e tecnológico.
*Palestra*
A palestra com o tema “Desafios do Mercado do Boi Gordo e Suas Oportunidades” foi realizada logo após a cerimônia por Caio Rossato, zootecnista graduado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e proprietário da PECBR Consultoria, empresa responsável pelo acompanhamento técnico de abates de mais de 5 mil lotes, em mais de 13 estados diferentes e também no Paraguai e Bolívia.
De acordo com Caio Rossato, a intenção da palestra é fazer com que o pecuarista entenda o mercado da carne em um cenário nacional e global, e atender o nicho de mercado e as várias especulações que podem interferir no preço da arroba paga ao produtor.
“O mercado nacional e internacional de carne bovina tem se adaptado as diversas exigências dos consumidores e com isso os produtores têm se adequado para atender os diversos nichos de mercado ou até mesmo produtos commodities enviados aos frigoríficos. Como fazer isso? Esse é o grande segredo, é você se adaptar a esse mercado e obter uma bonificação diferenciada, com isso gerando menos especulação no mercado da carne e maior garantia de um preço justo pago ao produtor”, explicou Caio.
*Produção*
De 2021 para 2022, a área plantada no município aumentou em 2,45% enquanto o valor da produção teve alta nominal de 9,06%. Os dados dão da PAM 2022 (Produção Agrícola Municipal) divulgada em 14 de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A capital sul-mato-grossense registrou um faturamento bruto da produção agrícola de R$ 1,231 bilhão. Este valor foi resultado de uma produção de 738.379 toneladas de produtos colhidos em uma área plantada de 161.064 hectares. A combinação única entre o valor bruto da produção, a produção colhida e a área plantada colocam Campo Grande no topo do ranking das capitais brasileiras em termos de rentabilidade na produção agropecuária.
Entre os municípios de Mato Grosso do Sul, Campo Grande possui o 15º maior valor de produção de lavouras temporárias, conforme o estudo divulgado pelo IBGE. Quando se trata de área plantada e produção, quem põe a cidade – ou melhor, a zona rural do município lá no alto é a soja. Conforme o IBGE, a leguminosa foi responsável por R$ 879 milhões do valor bruto da produção local, o que representa 3,55% da produção estadual. A leguminosa é de longe a que mais influencia o valor bruto da produção de Campo Grande.
Atrás da soja vem o milho, que é plantada na sequência, na famosa safrinha, com R$ 400 milhões do valor bruto da produção local, representando 2,37% da produção estadual.