Dados da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) revelam que Mato Grosso do Sul registra, em média, cinco casos de algum tipo de violência contra mulheres a cada duas horas. Por dia, o número de ocorrências chega a 60 casos e, até o início deste mês, 20.673 mulheres tinham sido vítimas de feminicídio, violência doméstica ou estupro.
A Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres argumenta que várias razões podem contribuir para os altos índices de violência contra as mulheres, entre elas, fatores socioeconômicos, culturais, educacionais e históricos. “A falta de conscientização, a impunidade, a desigualdade de gênero e a perpetuação de normas culturais prejudiciais podem ser alguns dos fatores que contribuem para esse problema”, detalhou o órgão público.
Além disso, é destacado pela subsecretaria que características específicas do Estado, como aspectos culturais e socioeconômicos, podem influenciar na prevalência da violência contra as mulheres. Para a Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres, os esforços para combater a violência contra a mulher geralmente envolvem políticas públicas, campanhas de conscientização, treinamentos para profissionais de segurança, apoio às vítimas e mudanças na legislação. O Estado pode implementar medidas para fortalecer a prevenção, a punição dos culpados e o suporte às vítimas.
Em Mato Grosso do Sul, foram registradas 20.673 ocorrências de algum tipo de violência, sendo 1.875 casos de estupro, 24 feminicídios e 18.774 notificações de violência doméstica até o início deste mês. Em Campo Grande, a Sejusp já registrou 519 casos de estupro, 6 feminicídios e 5.664 vítimas de violência doméstica.
No período de janeiro a setembro, ao comparar o índice de violência doméstica contra mulheres em Mato Grosso do Sul de 2022 e deste ano, o Estado registrou recorde na série histórica, que começou em 2013, quando a Sejusp iniciou o levantamento de dados sobre as ocorrências.
Em todo MS, 16.313 pessoas sofreram violência doméstica de janeiro a setembro deste ano, a maioria eram mulheres. Em 2022, no mesmo período, foram 16.053 pessoas e, em 2021, foram 14.686 vítimas de violência doméstica. Em todos os anos desde o início da série histórica, Campo Grande segue com números alarmantes de casos de violência doméstica, sendo registradas no ano passado 5.630 ocorrências de janeiro a setembro. Em 2021, no mesmo período, foram 4.933 vítimas e, neste ano, 5.483 pessoas sofreram violência doméstica.
Atualmente, existem redes de apoio disponíveis de maneira remota e presencial para realizar o atendimento às vítimas. Há várias formas de se pedir ajuda. Em caso de urgência e emergência, ligue 190. Para fazer uma denúncia ou pedir informações, ligue 180. Para solicitar uma visita da Patrulha Maria da Penha, ligue 153.
Para denunciar e passar pelo primeiro atendimento, procure a Casa da Mulher Brasileira ou uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, ressaltando que o atendimento na Capital é 24 horas. A Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, Lote A, Quadra 2, no Jardim Imá, e o telefone é (67) 2020-1300.
O Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) atende mulheres vítimas da violência doméstica ou de qualquer outra agressão por causa do gênero. Primeiro, a mulher passa por uma triagem para, depois, ser atendida por psicólogas e assistentes sociais. O Ceam fica na Rua Piratininga, nº 559, no Jardim dos Estados, e o telefone é 0800-067-1236.
O Ministério Público realiza atendimento pelo WhatsApp: (67) 99825-0096. O telefone da 72ª Promotoria de Justiça da Casa da Mulher Brasileira é 3318-3970. A Defensoria Pública pode ser contatada pelo número (67) 99247-3968 e pelo site defensoria.ms.def.br. O telefone do Núcleo de Defesa da Mulher é (67) 3313-4919.