Defensores públicos também ouviram os servidores do presídio, que negaram falta de atendimento ao detento
A Defensoria Pública do Distrito Federal concluiu um relatório minucioso que investiga as circunstâncias da morte de Cleriston Pereira da Cunha, ocorrida no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Cleriston, preso por sua participação nos atos do dia 8 de janeiro, sofreu um mal súbito durante um banho de sol na segunda-feira (20).
O documento revela que, ao todo, 40 detentos envolvidos nos atos de janeiro foram ouvidos para a produção do relatório. Além disso, os servidores do presídio, incluindo os socorristas, prestaram esclarecimentos sobre os acontecimentos que culminaram na morte de Cleriston.
Segundo relatos encontrados pela Defensoria Pública, o socorro prestado ao detento foi lento, com os próprios colegas de cela tentando reanimá-lo, já que um deles era médico e o outro, dentista. Apesar de duas tentativas de reanimação, Cleriston não resistiu. O relatório destaca a demora na chegada de uma médica, que, segundo o documento, não possuía os instrumentos adequados para a urgência médica.
O texto ainda aponta que o dia da morte de Cleriston foi ponto facultativo no Governo do Distrito Federal, o que foi examinado em menor presença de servidores no presídio. Contudo, há divergências nos relatos, com alguns servidores afirmando que o socorro foi prestado imediatamente, enquanto outros indicam uma demora no atendimento.
O relatório também revela que a maioria dos presos ouvidos afirmou ter problemas de saúde. Essas informações serão fundamentais para futuras ações judiciais relacionadas ao caso.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap-DF) informou que os profissionais das unidades prisionais não aderiram ao ponto facultativo e trabalharam normalmente. Segundo a massa, Cleriston Pereira da Cunha foi atendido prontamente pela equipe da unidade básica de saúde prisional, que iniciou o atendimento imediatamente tão logo constatado o desmaio.
