A falta de uma posição clara do governo de Lula (PT) em relação à decisão de Nicolás Maduro de anexar parte da Guiana tem gerado desconforto e tensão nas Forças Armadas brasileiras. Enquanto o presidente se manifesta sobre conflitos em outros cantos do mundo, como Ucrânia e Faixa de Gaza, a ausência de posicionamento sobre o conflito local é apontada como preocupante pelas instituições militares.
Lula adotou uma postura de equilíbrio ao mencionar a necessidade de “bom senso” dos dois países sul-americanos, sem citar explicitamente Maduro ou o referendo. Essa estratégia de igualar os lados, conforme feito em outros cenários, gerou críticas e comparações com a atitude do presidente diante de outros conflitos.
O presidente anunciou sua intenção de visitar a Guiana em 2024 durante a cúpula do Caricom (Mercado Comum e Comunidade do Caribe) em fevereiro, afirmando ter interesse em discutir temas como democracia e financiamento.
Apesar da aliança entre Lula e o líder venezuelano, militares apontam para a insegurança na fronteira devido à falta de definição política sobre como lidar com as crescentes tensões causadas pelo referendo venezuelano. O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) monitora a situação através do PPIF (Programa de Proteção Integrada de Fronteiras), e a única decisão até o momento é a proibição do deslocamento de tropas venezuelanas pelo Brasil.