A coligação do Capitão Contar (PRTB) protocolou, neste domingo (9), notícia-crime no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) para investigar seis prefeitos do interior do estado por inventarem e divulgarem notícias falsas. Também foi constatada coação contra eleitores a fim de induzirem votos ao candidato adversário. Os prefeitos podem ser punidos com prisão, pagamento de multas e inelegibilidade de até oito anos.De acordo com a notícia-crime, os chefes dos executivos municipais estão usando a influência e poder de seus cargos para divulgação de fake news e coação do eleitorado em uma ação coordenada. Além das provas apresentadas, como vídeos, prints de redes sociais e depoimentos, os advogados pedem que o Ministério Público quebre o sigilo telefônico e telemático com objetivo de descobrir quem está coordenando o ataque. Foram listados entre os acusados de crimes eleitorais os prefeitos de Novo Mundo, Valdomiro Brischiliari (PSDB); Sidrolândia, Vanda Cristina Camilo (PP); Paranaíba, Maycol Queiroz (PDT); Rio Brilhante, Lucas Foroni (MDB); Ponta Porã, Hélio Pellufo Filho (PSDB); e a radialista Antônia Aparecida de Souza Campos, de Três Lagoas.O documento destaca que práticas criminosas foram deliberadas por “pessoas eleitas como representantes da população e que, infelizmente, optaram por mediocrizar em seus cargos, servindo de verdadeiros capangas da mentira e da desonestidade, violando frontalmente os princípios do processo democrático”.“Tem um modus operandi muito semelhante em todos os casos. O principal foco, além de punir os prefeitos que estão abusando do poder de autoridade, é conseguir descobrir quem está coordenando esses prefeitos”, afirma o advogado Pedro Garcia.A ação é baseada na Lei Eleitoral que pune a divulgação de fatos sabidamente “inverídicos” sobre candidatos ou partidos com dois meses a um ano de prisão ou pagamento de multa (art.323). No caso de associar três ou mais pessoas, a pena de detenção aumenta e pode chegar a três anos (art.288). Há ainda indicação para pena relacionada a atos de coação por parte de agentes públicos com a finalidade de forçar ou induzir o voto de terceiros (art.300).Os prefeitos de Novo Mundo, Paranaíba, Rio Brilhante e Ponta Porã deram declarações falsas de que o candidato do PRTB irá paralisar obras caso seja eleito, uma afirmação já refutada pelo candidato. O boato teria começado por um vídeo divulgado pelo prefeito Maycol Queiroz, no dia 6 de outubro. No mesmo dia, a radialista de Três Lagoas também fez declarações inverídicas sobre o assunto no programa Toninha Campos. Já o prefeito de Ponta Porã compartilhou vídeo em redes sociais afirmando que o Capitão vem atacando a senadora eleita e ex-ministra Tereza Cristina (PP), o que nunca ocorreu.A notícia-crime aponta um caso coação de servidores públicos, que já foi alvo de uma outra ação judicial. Em Sidrolândia, após a divulgação de um vídeo comemorando a vitória do Capitão Contar no primeiro turno, um casal de professores fez uma retratação desmentido o apoio ao candidato. Em uma mensagem de WhatsApp , a professora comenta: “A prefeita mandou o assessor dela aqui em casa”. Os professores ficaram com receio de perder o emprego e fizeram a gravação dizendo que não conheciam o Capitão. Foi anexado à denúncia o vídeo original de declaração de apoio ao Capitão e declarações dos servidores sobre a coação praticada. O processo tramita na Justiça Eleitoral de MS, sob o número 0601804-43.2022.6.12.0000.