O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse, nesta sexta-feira, 8, ser um “militante feminista de longa data”.
“Quem acompanha minha vida, no STF, saberá que minha secretária-geral é uma mulher, que a minha secretária-geral no CNJ é uma mulher, minha chefe de gabinete é uma mulher”, disse, durante palestra na PUC-Rio, em ocasião do Dia Internacional das Mulheres. “Portanto, na minha vida e no meu gabinete, vivemos um matriarcado, e há dias nos quais me sinto oprimido.”
O presidente do STF revelou sua simpatia ao movimento depois de defender a descriminalização do aborto, no evento. “É preciso explicar para a sociedade que o aborto não é uma coisa boa, o aborto deve ser evitado”, declarou. “Portanto, o Estado deve dar educação sexual, contraceptivos e amparar a mulher que queira ter filho. E explicar para as pessoas que ser contra o aborto, não querer que ele aconteça, não significa querer que se prendam as mulheres que passam por esse infortúnio, que é isso que a criminalização faz.”
Ainda conforme o presidente do STF, a campanha em prol de descriminalizar a interrupção da gravidez “tem de ser difundida para a gente poder votar isso no Supremo, porque a sociedade não entende do que se trata”. De acordo com o juiz do STF, a questão não é defender o aborto, mas, sim, de “enfrentar esse problema de uma forma mais inteligente”.
Aborto no STF
Ao tomar posse na presidência do STF, no ano passado, Barroso sinalizou que não pautaria a interrupção da gravidez “no curto prazo”. À época, o magistrado observou que o debate sobre o tema “não está amadurecido na sociedade brasileira, e as pessoas ainda não têm a exata consciência do que está sendo discutido”.