A possibilidade de o deputado federal e ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB-PR, foto) trocar o PSDB pelo PL, para ser candidato à Prefeitura de Curitiba, gerou protestos no PL.
Um deles foi do deputado estadual do Paraná, Ricardo Arruda (PL), que divulgou um vídeo em que contesta a chegada do possível correligionário.
“Ninguém entendeu, nem eu”, protestou.
Arruda, de acordo com O Antagonista, usou o argumento de que Richa é “ex-presidiário”, em meio a outras críticas.
“Me ligaram de manhã e falaram assim: ‘Corre lá no PL, que o [deputado federal] Filipe Barros levou o Beto Richa para se filiar ao PL e ser candidato’”, contou o deputado estadual no vídeo.
“Eu falei: ‘Não é possível, né, como é que pode isso? Deve haver algum engano’.”
Em Brasília, depois de se sentir “traído” com a notícia, Arruda foi falar com o ex-presidente Jair Bolsonaro e explicou “toda a situação do Beto Richa”, “alguém que já foi preso, tem um passado que lhe condena, que é colado com o [vice-presidente da República Geraldo] Alckmin”.
As críticas de Arruda não foram direcionadas, no entanto, a Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Costa Neto foi preso em duas ocasiões: uma delas em 2012, acusado de envolvimento no Mensalão. A outra, em 2024, dentro da Operação Tempus Veritatis, que investigava suposta tentativa de golpe de Bolsonaro e seus aliados.
Prisões de Beto Richa
Richa foi preso três vezes entre o fim de 2018 e o início de 2019. Na primeira vez, em setembro de 2018, a detenção foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Curitiba. Referia-se à investigação sobre superfaturamento no programa do governo estadual Patrulha do Campo, que fazia manutenção de estradas rurais.
Na mesma época, Richa era investigado pela Operação Lava Jato, que o levou de volta para a prisão em janeiro de 2019. A acusação, segundo o Antagonista, era tentar influenciar depoimentos na investigação sobre as rodovias.
Libertado no início de fevereiro daquele ano, Richa foi preso novamente dias depois, em março, acusado de obstruir a Justiça no âmbito da Operação Quadro Negro, do Ministério Público do Paraná.
Ele era investigado por supostos desvios da ordem de R$ 20 milhões em obras de construção e reformas de escolas públicas. Os crimes teriam ocorrido entre 2012 e 2015.
Foto: Reprodução/Agência Brasil