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Desoneração da folha: proposta do governo Lula é ‘sem sentido’, afirma Confederação Nacional dos Municípios

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) considera “sem sentido” e “descartada” a contraproposta do Ministério da Fazenda para a desoneração da folha de pagamento das prefeituras O governo Lula propôs limitar o benefício a cidades com até 50 mil habitantes — uma redução em relação ao escopo original do projeto, que beneficia municípios de até 156 mil habitantes.

“Esse novo texto não tem sentido”, reclama Paulo Ziulkoski, presidente da CNM e ex-prefeito de Mariana Pimentel (RS). “Estamos considerando como descartado. Não dá nem para considerar como um início de negociação.”

“Desrespeito aos municípios, que são o braço executor do Estado”, diz Paulo Ziulkoski.

Para Ziulkoski, a oferta do governo mostrou um espírito de “imposição federativa”, e não de cooperação. “É um desrespeito aos municípios, que são o braço executor do Estado.”

Representantes da CNM se reuniram com integrantes da Fazenda e da Secretaria de Relações Institucionais na última semana para tratar do tema desoneração da folha de pagamento. Na ocasião, segundo Ziulkoski, os porta-vozes do governo teriam sinalizado a disposição de levar o assunto à Justiça, caso haja uma derrota no Congresso Nacional — o que é dado como praticamente certo pelas lideranças partidárias, atentas às eleições municipais.

Cenários para projeto sobre desoneração da folha

Segundo Ziulkoski, a CNM avalia três cenários em relação à proposta sobre desoneração da folha de pagamento das prefeituras:

– deixar a medida provisória (MP) que revoga os benefícios às prefeituras caducar;
– voltar à mesa com a Fazenda, desde que haja uma “proposta honesta de diálogo federativo” via projeto de lei; e;
– governo simplesmente anular esse trecho da MP e manter o benefício aprovado pelo Congresso.

Essa terceira opção, contudo, não está no radar da equipe econômica, que vê na contribuição sobre a folha das prefeituras uma “relevante fonte de receitas” para a Seguridade Social.

“Não se pode esquecer que a renúncia de receitas previdenciárias deve ser a última medida de que se deve lançar mão”, escreveu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na exposição de motivos da medida provisória, editada no fim de 2023. “Sob pena de se agravar a situação recorrentemente deficiente do orçamento da Seguridade.”