A Plataforma Unitária Democrática, que representa 10 partidos da oposição venezuelana, denunciou a ditadura de Nicolás Maduro por criar obstáculos para o registro da candidatura de Corina Yoris, indicada como substituta por María Corina Machado, líder da oposição, nas eleições presidenciais da Venezuela.
Yoris não conseguiu registrar sua candidatura no Conselho Nacional Eleitoral, e o prazo para tal encerrou-se na segunda-feira, dia 25.
“A quase 72 horas do início do processo de candidatura, o CNE ainda não concedeu as chaves de validação necessárias para que os cartões UNT e MUD possam ser aplicados à Dra. Corina Yoris”, declarou a Plataforma Unitária Democrática. “Alertamos a opinião pública nacional e internacional sobre esta vil indignação da cúpula vermelha.”
Em um comunicado anterior, a coalizão opositora havia afirmado que “nada nem ninguém nos tirará da rota eleitoral para alcançar a mudança para a nossa Venezuela com a força do voto majoritário”.
María Corina Machado, vencedora das prévias da oposição em outubro do ano passado, foi impedida pela ditadura de Maduro de concorrer às eleições. Os tribunais eleitoral e constitucional, aliados do ditador, declararam María Corina inelegível por 15 anos.
Como resultado, Corina Yoris, historiadora e doutora em filosofia, foi indicada para disputar o cargo, demonstrando a unidade da oposição para enfrentar Maduro nas urnas.
María Corina afirmou que o bloqueio da inscrição de sua substituta é mais uma manobra para impedir que a candidata escolhida pela maioria antichavista possa concorrer.
Benigno Alarcón Deza, diretor do Centro de Estudos Políticos da Universidade Católica Andrés Bello, alertou que se o CNE rejeitar a candidata, essa nomeação não poderá ser substituída, deixando a coalizão opositora fora do processo eleitoral. Ele ponderou que o movimento de bloqueio do sistema por parte do CNE é uma tentativa de dividir a oposição e forçá-la a negociar sua candidatura com o governo.
