A Associação de Juízes Federais (Ajufe), que representa a magistratura brasileira, manifestou sua surpresa e crítica ao pedido de afastamento da juíza Gabriela Hardt, conhecida por sua atuação na Lava Jato. O afastamento, determinado pelo corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), atingiu também desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Segundo a Ajufe, o afastamento cautelar de qualquer magistrado requer motivos extremamente graves e contemporaneidade aos fatos, o que, de acordo com a associação, não se verifica no caso em questão. A entidade argumenta que os fatos atribuídos à juíza e aos desembargadores referem-se a matéria jurisdicional, passível de correção pelas instâncias recursais, e não por reprimenda correicional.
Além disso, a Ajufe defendeu a conduta ilibada dos magistrados afastados, ressaltando suas décadas de bons serviços prestados à magistratura nacional, sem qualquer mácula em seus currículos. Considerou, portanto, inadequados os afastamentos de suas funções jurisdicionais.
O corregedor Luís Felipe Salomão argumentou que Hardt teria violado o Código de Ética da Magistratura durante sua atuação na Vara Federal. No entanto, a Ajufe expressou sua discordância com essa avaliação, enfatizando a integridade e competência dos magistrados envolvidos.
Os atos atribuídos à juíza Hardt foram apontados pelo corregedor como possíveis infrações administrativas graves, constituindo indícios de faltas disciplinares e violações a deveres funcionais. Ainda assim, a decisão do afastamento continua sendo contestada por parte da comunidade jurídica.