O X, antigo Twitter, retirou o Brasil da lista de países onde permite anúncios políticos. A mudança acontece em meio a ajustes às novas exigências do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determinou a criação de um repositório para anúncios políticos eleitorais. As empresas que oferecem esse tipo de serviço têm um prazo de 60 dias para se adaptar, começando em 1º de março.
A decisão de retirar os anúncios políticos no Brasil ocorre após um confronto entre Musk e o ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Musk acusou Moraes de censura e se tornou alvo de investigações após desafiar ordens judiciais brasileiras. Segundo a “Folha de S. Paulo”, a empresa chegou a entregar decisões sigilosas de Moraes que foram divulgadas por políticos americanos alinhados a Donald Trump.
“Apesar dos ataques contínuos de Musk ao ministro Moraes e ao governo Lula, o X tem afirmado que respeita a legislação brasileira,” indicou a plataforma em uma nota. O X começou a aceitar anúncios políticos no Brasil em 2023, após Musk adquirir a empresa. Desde então, mudanças na equipe de moderação geraram preocupações sobre a propagação de desinformação eleitoral.
As novas diretrizes do TSE exigem que as plataformas disponibilizem informações detalhadas sobre os anúncios políticos, incluindo conteúdo, valores, responsáveis pelo pagamento, e audiência alvo. Além disso, as plataformas devem fornecer uma ferramenta de busca por palavras-chave e nomes de anunciantes e permitir acesso a dados como período de impulsionamento e segmentação.
“Recentemente, o Google também anunciou o fim dos anúncios políticos no Brasil pelo Google Ads, incluindo YouTube, motivado pelas novas regras do TSE e pelos custos de adaptação,” reportou a empresa. A legislação atualizada do TSE amplia a definição de propaganda política e proíbe conteúdos falsos ou descontextualizados que possam comprometer a integridade eleitoral. Em caso de infrações, as plataformas são obrigadas a veicular conteúdo corretivo gratuitamente.