O Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a condenar as ações de Israel na Faixa de Gaza, comandada pelo grupo Hamas. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) divulgou uma nota criticando a “contínua ação das forças armadas israelenses contra áreas de concentração da população civil de Gaza”.
O Itamaraty também condenou a retomada de lançamento de foguetes pelo Hamas contra o território israelense. “O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação e perplexidade, das notícias sobre ataques conduzidos por Israel, um dos quais contra um campo de refugiados nas imediações da cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza”, diz a nota.
Para o Itamaraty, as ações militares de Israel em regiões densamente povoadas de Gaza “constituem sistemática violação aos Direitos Humanos e ao Direito Humanitário Internacional, assim como flagrante desrespeito às medidas provisórias reafirmadas, há poucos dias, pela Corte Internacional de Justiça [CIJ]”.
Na sexta-feira (24), a CIJ exigiu que Israel suspendesse os ataques em Rafah. A cidade, próxima à fronteira com o Egito, tornou-se o principal refúgio da população civil de Gaza desde o início da atual fase do conflito no Oriente Médio. Estima-se que 1,5 milhão de pessoas estejam vivendo no local, a maioria em tendas improvisadas. Israel ampliou os ataques contra a cidade para derrotar os terroristas do Hamas que estão localizados na área.
O Itamaraty ainda disse que qualquer ação militar de Israel em Rafah terá efeitos devastadores, “conforme manifestações e apelos unânimes da comunidade internacional, e diante dos deslocamentos forçados por Israel, que concentraram centenas de milhares de refugiados, em condições de absoluta precariedade”.
O governo também deplorou a retomada de lançamentos de foguetes pelo Hamas contra o território israelense ocorrida no final de semana, e expressou solidariedade às vítimas em Rafah, condenando “toda e qualquer ação militar contra alvos civis”.
A nota do Itamaraty finaliza pedindo que a comunidade internacional exerça máxima pressão diplomática “a fim de alcançar o imediato cessar-fogo, a libertação dos reféns e o urgente provimento da assistência humanitária adequada à população de Gaza”.