TJSP considerou que jornalista difamou a deputada
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou o jornalista Luan Araújo por difamação contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Trata-se do mesmo comunicador que foi perseguido pela congressista sob a mira de uma arma em uma avenida de São Paulo, em outubro de 2022.
O juiz Fabricio Reali Zia considerou que o jornalista, ao escrever uma coluna, atribuiu fatos negativos à honra da parlamentar visando prejudicar a reputação e a imagem dela. No entanto, apesar de acatar o argumento de difamação, o magistrado rejeitou a acusação de injúria.
O texto de Araújo que resultou na condenação foi publicado por ele no site o Diário do Centro do Mundo em maio de 2023. No conteúdo, o autor afirmou que a parlamentar lidera uma “seita de doentes de extrema-direita” e que comete “atrocidades”.
– Zambelli, que diz estar com problemas, na verdade está na crista da onda. Continua no partido pelo qual foi eleita, segue com uma seita de doentes de extrema-direita que a segue incondicionalmente e segue cometendo atrocidades atrás de atrocidades – escreveu Araújo, no texto intitulado Perca ou Não o Mandato, o Mal que Zambelli me Fez Segue Impune.
Na sequência, o comunicador diz que sua vida pessoal “virou de cabeça para baixo” desde o dia do episódio com a arma. Ele também aborda a diferença da cor de pele e classe social entre ele e a deputada.
– Para mim, um homem preto, pobre e com problemas enormes, aquele dia não acabou. Ele faz questão de durar dias e mais dias até hoje. De uma forma cruel. Para ela, uma mulher branca com conexões com pessoas poderosas, foi apenas mais um espaço para fazer o picadeiro clássico de uma extrema-direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte – acrescentou.
PERSEGUIÇÃO ARMADA EM SÃO PAULO
O episódio ocorreu nas vésperas das eleições presidenciais. Zambelli afirma que sacou a arma contra o rapaz após ele ter proferido xingamentos e tê-la intimidado.
O caso rendeu um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a deputada, que responde por por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.
Agora, neste mês de Junho, os deputados federais Gustavo Gayer (PL-GO), Marcos Pollon (PL-MS), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Marco Feliciano (PL-SP) serão ouvidos em depoimento sobre o caso.