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Aumento das queimadas até 2022 era culpa de Bolsonaro; Agora é a seca

As queimadas no Pantanal têm atingido níveis alarmantes este ano. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que, em menos de 15 dias, o bioma registrou o maior número de focos de incêndio para o mês de junho desde 1998, quando começou a série histórica de monitoramento. Segundo a plataforma BDQueimadas, alimentada por informações de satélites do instituto, foram contabilizados 733 focos de incêndio até a sexta-feira, 14 de junho.

O Pantanal, que se estende pelos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, abrange uma área total de 150.355 km². Em comparação com anos anteriores, os dados são alarmantes: em 2023, foram registrados apenas 133 focos de incêndio no mesmo período, enquanto em 2022, último ano do governo de Jair Bolsonaro, foram 466.

Somente até maio deste ano, o bioma já perdeu aproximadamente 1.276 km² devido aos incêndios, um aumento significativo em relação aos 120 km² perdidos no mesmo período do ano passado.

A situação das queimadas no Pantanal tem sido associada principalmente à seca anual da região, de acordo com especialistas ouvidos pela imprensa. A negligência do governo federal e do Ministério do Meio Ambiente, atualmente liderado por Marina Silva, tem sido frequentemente mencionada, mas as responsabilidades têm sido foco de controvérsias políticas.

Em resposta à omissão do Congresso Nacional na proteção ao Pantanal, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu reconhecer essa inação e deu um prazo de dezoito meses para que os parlamentares aprovem uma legislação que regulamente a proteção do bioma. O ministro relator, André Mendonça, destacou que a Constituição exige a preservação do Pantanal e de outros biomas, e que após mais de 35 anos sem uma regulamentação efetiva, a omissão precisa ser corrigida com urgência.