O ministro Alexandre de Moraes, do STF, utilizou o órgão de combate à desinformação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para coletar informações e elaborar relatórios sobre manifestantes que ofenderam ministros do Supremo durante um evento privado em Nova York (EUA). Segundo a Folha de São Paulo.
O episódio ocorreu em novembro de 2022, fora do período eleitoral, conforme mensagens obtidas pela Folha entre juízes instrutores de Moraes no STF e no TSE e membros dos gabinetes.
Em resposta à reportagem, o gabinete de Moraes afirmou que “todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com a plena participação da Procuradoria-Geral da República.”
Na semana passada, a Folha revelou que o gabinete de Moraes no STF havia solicitado informalmente a produção de relatórios pelo TSE para sustentar decisões do ministro contra bolsonaristas no inquérito das fake news no Supremo em 2022. Esse processo foi realizado de forma não oficial.
De acordo com mensagens, os assessores de Moraes estavam cientes dos riscos dessa informalidade. Em áudios, um deles expressou preocupação, afirmando que “formalmente, se alguém for questionar, a situação ficaria muito descarada. Como um juiz instrutor do Supremo solicita algo a um membro do TSE, e esse membro, sem mais nem menos, obedece e envia um relatório? Ficaria complicado.”
