O ex-presidente Jair Bolsonaro não consegue expor o que já está óbvio: sua escravidão total ao Centrão, inclusive e sobretudo na condução da política em São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Em São Paulo, o ex-presidente lançou uma ofensiva contra o empresário de direita Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo. Bolsonaro compartilhou em seu canal oficial no WhatsApp, que conta com 1,2 milhão de seguidores, um vídeo reunindo diversos momentos em que Marçal o critica.
Além disso, Bolsonaro ironizou um comentário do empresário em suas redes sociais. Marçal escreveu: “Pra cima, capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós”. Bolsonaro respondeu com sarcasmo: “Nós? Um abraço”.
Aliados de Bolsonaro enxergam as posições de Bolsonaro como um indicativo de que o ex-presidente poderá se envolver mais ativamente na campanha eleitoral de Ricardo Nunes (MSDB), um clássico político do Centrão que foi opositor do bolsonarismo ao ser vice de Bruno Covas em 2020 e que pulou o muro recentemente.
A questão é que, enquanto Nunes parece cada vez mais com Celso Russomano (Republicanos), candidato apoiado por Bolsonaro em São Paulo há quatro anos e derrotado por Covas, Marçal tem cada vez mais cara e focinho do ex-presidente e da anti-política que consagrou o bolsonarismo em 2018.
De quebra, Marçal consegue se dizer independente da política tradicional, algo que Jair não pode fazer desde que casou com o Centrão e com Valdemar Costa Neto.
Bolsonaro “fecha” com o PSDB-MS pela terceira vez em 6 anos e PL vai apoiar Beto Pereira
Em Mato Grosso do Sul, o ex-presidente já pode pedir música no fantástico, pela terceira vez consecutiva frustrou os eleitores se aliando ao PSDB de Reinaldo Azambuja. O ex-governador é um político tradicional do Centrão, em 2022 conseguiu emplacar o sucessor com o apoio do PL de Bolsonaro e o PT sem Lula.
Após a novela que se tornou as pré-candiaturas do PL em Campo Grande, que chegou a somar 6 pré-canditdatos a prefeito pela sigla e a possibilidade de apoio a reeleição de Adriane Lopes (PP), Bolsonaro oficializou o casamento com o PSDB de Eduardo Riedel, Reinaldo Azambuja e Beto Pereira em julho.
O deputado federal tucano é um clássico político do Centrão e foi opositor ao ex-presidente nas eleições de 2022, quando apoiou Simone Tebet (MDB) no primeiro turno e ficou em cima do muro no segundo turno.
Beto Pereira, já criticou Bolsonaro durante a pandemia, além de condenar o “extremismo” e a “polarização” associados ao ex-presidente. O parlamentar também já saiu em defesa da China e pediu a construção de um “centro democrático” no Brasil.
De quebra, conforme o site www.votosdeputados.com.br, o candidato do PSDB, ainda não assinou o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Até a tarde desta quinta-feira (22), o pedido para o impeachment do ministro Alexandre de Moraes recebeu o apoio de 131 deputados.
Apenas os parlamentares Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL) e Luiz Ovando (PP), assinaram o pedido de impeachment do magistrado.