O candidato à prefeitura de Campo Grande, Beto Pereira (PSDB), apresentou informações divergentes sobre sua autodeclaração étnico-racial nas eleições de 2024. Em 2014, a 1ª que venceu para deputado estadual até 2022, se declarava “branco”. No pleito desse ano, se declarou “pardo”. A mudança vai impactar o financiamento da campanha e a entrega de recursos públicos para os partido.
Segundo o critério de classificação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quem se considera “pardo” é enquadrado como “negro” para fins estatísticos.
As eleições deste ano serão a segunda com a cota para candidaturas negras. Trata-se de uma verba a mais do Fundão Eleitoral, para os partidos repassarem para esses candidatos e também para candidaturas femininas. Assim, visando um “fundão mais gordo”, Beto decidiu ‘trocar de cor’, passando de branco para pardo.
Conforme o Jornal Mídiamax, Beto foi intimado pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 36ª Zona Eleitoral de Campo Grande, a esclarecer a ‘mudança de cor’ no registro de candidatura.
O magistrado constatou as irregularidades no registro de Beto Pereiro e mandou o candidato se explicar. “Suprir as irregularidades abaixo verificadas no requerimento de registro de candidatura e demais documentos apresentados, sob pena de indeferimento do pedido”, diz trecho da decisão.
Nesta segunda, 26, a assessoria jurídica da campanha de Beto Pereira protocolou explicação à Justiça Eleitoral alegando que houve ‘erro’ ao se declarar branco nas últimas eleições.
“Portanto, o que houve foi um erro no preenchimento do RRC [registro de candidatura] na eleição de 2022, informando que o candidato à época seria de raça/cor branca e não parda, conforme anos anteriores e por alguma razão não foi corrigida”.
Por fim, os advogados pediram que o juiz confirme que o candidato é ‘realmente pardo’.
Ainda não houve manifestação do juiz sobre os esclarecimentos prestados pelo tucano.