O Brasil possui quase 5 milhões de quilômetros quadrados cobertos por fumaça, correspondendo a aproximadamente 60% do território nacional, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A fumaça tem origem principalmente no sul da Amazônia, incluindo os estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso, além do interior de São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Nos primeiros 11 dias do mês de setembro, o bioma Pantanal registrou mais do que o dobro do total de incêndios em comparação com setembro de 2023. No ano passado houve 373 focos de incêndios, enquanto até o dia 11 deste mês foram 1053 focos registrados no Pantanal. Com mais de 200 quilômetros quadrados, a vegetação tem 65% de sua área no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso.
Segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ), quase 3 milhões de hectares foram destruídos pelas queimadas nos últimos 3 meses.
Das 21 estações de medição no Rio Paraguai, 18 estão com níveis abaixo do esperado e 3 estão com níveis negativos, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil.
Não é apenas o bioma Pantanal que está em chamas, mas também a Amazônia, que registrou 23.006 focos de incêndio nos primeiros 11 dias de setembro, em comparação com 26.452 no mesmo período de 2023. O Cerrado também enfrenta queimadas, com 17.051 focos registrados até o último dia 11, em comparação com 13.230 no mesmo período de setembro de 2023.
Em nível nacional, já foram contabilizados 45.764 incêndios em setembro, totalizando 172.815 em 2024.
Neste ano, a seca e a estiagem começaram mais cedo que o habitual na Amazônia, onde a falta de chuvas se intensificou no início de junho, fazendo com que os rios da região atingissem níveis recordes. Um exemplo é o rio Madeira, que pelo quarto dia consecutivo atingiu um novo recorde, chegando a 58 centímetros na última quarta-feira (11), de acordo com o Serviço Geológico do Brasil.
