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Acusado de corrupção, Francisco Cezário é destituído da Federação de Futebol de MS

Francisco Cezário de Oliveira, que esteve à frente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) por quase três décadas, foi oficialmente destituído do cargo em uma Assembleia Extraordinária nesta segunda-feira (14). A decisão aconteceu em meio a uma investigação que abalou o futebol do estado, colocando em xeque a gestão de Cezário.

A Assembleia, que reuniu representantes dos clubes e ligas de futebol do estado, terminou com 44 votos a favor da destituição e 21 contra. A saída de Cezário não apenas marca o fim de uma era, mas abre caminho para novas eleições, já marcadas para o início de novembro.

Cezário, que está em liberdade provisória e usando tornozeleira eletrônica, é investigado pela Operação Cartão Vermelho. Ele é acusado, junto com outros suspeitos, de desviar cerca de R$ 6 milhões de recursos da FFMS, do Governo do Estado e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Segundo o Ministério Público, o grupo retirava pequenas quantias, sempre abaixo de R$ 5 mil, para evitar a fiscalização dos órgãos de controle. Só dessa maneira, foram feitos mais de 1.200 saques, somando R$ 3 milhões.

O peso da votação – A votação que tirou Cezário do cargo não foi uma decisão simples. Cada segmento do futebol sul-mato-grossense teve um peso diferente no resultado. Os clubes da primeira divisão, por exemplo, tinham votos com peso 3, enquanto os clubes amadores e as ligas regionais tinham votos de peso menor. Mesmo assim, o resultado foi claro: a maioria decidiu que o ciclo de Cezário à frente da Federação deveria terminar.

Agora, uma Comissão Eleitoral já foi eleita para organizar o processo de escolha de um novo presidente. A eleição está marcada para o dia 1º de novembro, e a expectativa é de que a nova gestão traga renovação e mais transparência ao futebol do estado.

Uma gestão manchada – Durante 28 anos, Francisco Cezário controlou a FFMS com mãos firmes. Para muitos, ele era praticamente sinônimo de futebol no Mato Grosso do Sul. Seu nome estava ligado a todas as decisões importantes da Federação, e, durante muito tempo, sua gestão parecia inabalável.

Mas a prisão, no início deste ano, mudou tudo. A Operação Cartão Vermelho revelou um esquema de desvio de verbas públicas e da CBF, com saques frequentes e planejados para escapar dos radares de controle financeiro. As investigações apontam que esses desvios alimentavam o bolso de Cezário e de seus aliados.

A defesa de Cezário já avisou que vai recorrer à Justiça para tentar anular a decisão da Assembleia, alegando que o processo foi injusto. Ainda assim, com as acusações pesando contra ele, a chance de voltar ao cargo parece cada vez menor.

O que vem pela frente – Com a saída de Cezário, a Federação de Futebol de MS enfrenta um futuro incerto. A eleição marcada para o mês que vem será fundamental para definir os rumos da entidade. Os novos eleitores terão a missão de escolher alguém capaz de resgatar a credibilidade da FFMS, agora manchada pelos escândalos de corrupção.

Por mais que o afastamento de Francisco Cezário traga esperança de renovação, ainda não se sabe como será o futebol de Mato Grosso do Sul nos próximos anos. O que todos esperam é que a nova gestão seja mais transparente e comprometida com o crescimento do esporte no estado.

No entanto, o fantasma da longa gestão de Cezário ainda vai pairar sobre a Federação por um bom tempo. O legado de quase 30 anos de poder não desaparece da noite para o dia, e os novos dirigentes terão que trabalhar duro para reconquistar a confiança de torcedores, jogadores e patrocinadores.

Por enquanto, o que se sabe é que o fim da era Cezário chegou, mas o que virá a seguir é uma incógnita que o futebol sul-mato-grossense ainda terá que descobrir.