A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) manifestou “preocupação” em relação à proposta de emenda à Constituição que extingue a escala de trabalho 6×1 (seis dias de trabalho para um de descanso).
Em nota divulgada nesta terça-feira (12), a entidade afirma que a PEC pode gerar “uma série de implicações para o mercado de trabalho e a economia brasileira”.
De acordo com a Fiemg, a mudança causaria “perda de produtividade”, com impacto negativo de R$ 8,5 bilhões para as indústrias nacionais e de R$ 38 bilhões para o setor produtivo em geral.
Além disso, a Federação destaca o aumento de custos para as empresas, que teriam que contratar mais funcionários para manter o nível atual de produção.
A Fiemg alerta ainda para um possível impacto na inflação, já que o “aumento nos custos das empresas seria repassado aos consumidores por meio da elevação dos preços de produtos e serviços”.
Com esse cenário de inflação mais alta e menor poder de compra, afirma a nota, os trabalhadores poderiam recorrer a trabalhos extras nos dias de folga.
A Federação defende que “o debate sobre a jornada de trabalho deve ocorrer por meio de negociações coletivas, conforme já previsto e permitido pelo texto atual da Constituição”.
A PEC ganhou repercussão nas redes sociais após ser apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), líder do PSOL na Câmara, inspirada em uma iniciativa de Rick Azevedo, vereador eleito pelo PSOL no Rio de Janeiro.
A deputada ainda está reunindo assinaturas para protocolar a proposta. Outra PEC similar, de autoria do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), já tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara desde 2019.