Na próxima sexta-feira (22) está prevista uma sessão solene no plenário da Câmara dos Deputados em homenagem ao pequeno empresário baiano Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, preso do 8 de janeiro que morreu vítima de mal súbito na Papuda, no ano passado.
A homenagem na Câmara foi requerida pelos deputados Altineu Côrtes (PL-RJ), Bia Kicis (PL-DF), Raimundo Santos (PSD-PA) e José Medeiros (PL-MT).
Clezão, como era chamado por amigos e familiares, morreu no dia 20 de novembro de 2023 enquanto tomava banho de sol na Papuda, onde estava preso por suposta participação nos atos do 8 de janeiro.
Devido a comorbidades, Clezão chegou a receber da Procuradoria-Geral da República (PGR) um parecer favorável à soltura.
O pedido de liberdade provisória foi encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no fim de agosto de 2023 e aguardava análise do magistrado. Clezão tinha 46 anos, morava em Brasília e deixou esposa e duas filhas.
Clezão foi denunciado pela PGR pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A denúncia foi aceita pelo STF, mas ainda não havia sido julgada pela Corte.
Família de Clezão segue pedindo justiça
Menos de uma semana após a morte de Clezão, no dia 26 de novembro de 2023, ao discursar durante uma manifestação que lotou a Avenida Paulista, em São Paulo, a viúva de Cleriston Pereira pediu “justiça” e disse que a morte do esposo acabou com os sonhos da família.
Ainda muito abalada, Jane Duarte, de 45 anos, falou ao microfone em cima de um caminhão ao lado das filhas, de amigos e de parlamentares.
“Hoje, estou aqui em luto, mas meu coração se alegra em ver essa coisa linda que está aqui. A nossa luta não vai acabar. Meu esposo não é criminoso, ele não é bandido. Ele foi preso de uma forma injusta. Mataram meu Clezão (como Cleriston era chamado pela família e por amigos) e eu tenho sede de Justiça. Tiraram dele (a oportunidade) de ver as filhas se formando… Acabaram os sonhos da nossa família […] Hoje, nós somos incompletos”, disse Jane
O discurso da viúva foi compartilhado nas redes sociais pelo pastor Silas Malafaia, que também estava ao lado dela durante a manifestação.
Em setembro de 2024, durante ato “Fora Moraes” realizado em Belo Horizonte, a jovem Luíza da Cunha, filha de Clezão, disse que a sua família ficou “destruída” após a morte do pai.
“A importância da minha família estar aqui é unir forças. A gente continua lutando. Nossa família foi completamente destruída após os dias 8 de janeiro e 20 de novembro de 2023”, disse Luíza à Gazeta do Povo. “A gente continua aqui para que não tenha mais vítimas fatais e famílias destruídas como a nossa”, desabafou.