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Disputa por poder causa racha no Conselho de Pastores de Campo Grande

O Conselho de Pastores de Campo Grande enfrenta uma grave crise interna, marcada por disputas de poder e rompimentos entre suas principais lideranças. O conflito se intensificou na noite de segunda-feira (29), quando o presidente do Conselho Municipal, apóstolo Gladiston (conhecido como Dinho), divulgou em um grupo de WhatsApp uma nota oficial comunicando que a entidade não enviará delegados para a eleição do Conselho Estadual de Pastores, marcada para o próximo dia 2 de maio.

Segundo Dinho, o pleito está sendo antecipado de forma irregular, já que tradicionalmente ocorre apenas no final do ano. A decisão de boicotar a eleição escancara o embate entre Dinho e o atual presidente estadual do conselho, pastor Wilton Acosta, que também ocupa a vice-presidência da entidade em Campo Grande.

A crise entre os dois teve início após Acosta perder o comando da organização da Marcha para Jesus em Campo Grande — evento que coordenava há quase uma década tanto na capital quanto em outros municípios de Mato Grosso do Sul. Neste ano, a responsabilidade pela Marcha foi transferida para Dinho, o que acirrou a disputa e resultou na abertura de um processo disciplinar contra Acosta no Conselho de Ética.

Durante os debates internos, Dinho chegou a acusar Acosta de agir mais como um “articulador político” do que como pastor. A troca de acusações revela um cenário de forte tensão dentro da liderança evangélica local.

Outro ponto relevante é que o próprio Dinho foi indicado por Acosta para assumir a presidência municipal do Conselho, em uma articulação que contrariou o então presidente estadual, apóstolo Edmilson, que defendia o nome do pastor Domício Júnior para o cargo. À época, Acosta atuou nos bastidores para impedir a ascensão de Domício, visto como um potencial concorrente a seus interesses políticos. Agora, a movimentação parece ter se voltado contra ele.

Para muitos observadores, o episódio é um reflexo preocupante de uma desconexão entre os líderes religiosos e a essência pastoral do evangelho cristão, com a disputa por cargos e influência se sobrepondo ao cuidado espiritual com as comunidades.

A expectativa é que a eleição do dia 2 de maio ocorra com a ausência da representação de Campo Grande, o que poderá comprometer a legitimidade do processo e aprofundar ainda mais a divisão entre os líderes evangélicos do estado.