O clima esquentou na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul nesta terça-feira (30), após uma intensa troca de acusações entre os deputados estaduais Zeca do PT e João Henrique Catan (PL). O confronto verbal ocorreu durante sessão plenária e envolveu críticas diretas, acusações de conduta antiética e promessas de representação no Conselho de Ética da Casa.
A crise foi desencadeada após falas de João Henrique Catan sobre integrantes do MST que bloquearam a BR-163, em protesto por avanços na reforma agrária. Catan classificou os manifestantes como “baderneiros” e pediu que fossem cadastrados pela polícia e excluídos de qualquer benefício em razão de conflitos fundiários. A fala causou revolta em Zeca do PT, que saiu em defesa do direito à manifestação e reagiu com contundência:
“Eu não retiro uma vírgula do que falei para João Henrique, porque acho um comportamento de canalha, não de colega. Ele e Coronel David têm um comportamento infame e injusto, indevido. Próprio dessa gente da extrema-direita, que se utiliza de mentiras para tentar jogar os outros na vala comum onde eles porcamente convivem. Vou levar ele e o Coronel David à Comissão de Ética pelo comportamento que estão tendo”, disparou Zeca no plenário.
A resposta veio logo em seguida. Sentindo-se pessoalmente ofendido, João Henrique Catan fez um duro pronunciamento, também ameaçando recorrer à Comissão de Ética:
“Estou fazendo esse registro porque o deputado Zeca do PT, depois vem me abraçar, rir, me cumprimentar. Se eu reagir, senhor presidente, vou estar reagindo com excludente de ilicitude, que é a legítima defesa em caráter putativo. Vou pedir providências para o Conselho de Ética dessa Casa”, afirmou Catan, demonstrando indignação com o tom adotado por Zeca.
