O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) subiu o tom em sua pré-candidatura à Presidência da República ao afirmar categoricamente que, se eleito em 2026, concederá anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos manifestantes do 8 de janeiro de 2023. A declaração foi feita durante entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (14), enquanto o governador goiano participa de painéis da Brazil Week em Nova Iorque.
“Ronaldo Caiado, presidente da República: vou anistiar e começar uma nova história no Brasil”, afirmou de forma enfática, referindo-se a si mesmo em terceira pessoa para reforçar seu compromisso. Na mesma linha, complementou: “Caiado vai, chegando à Presidência da República e, no meu momento, vou resolver esse assunto, anistiar essa situação toda. E vamos discutir o problema de crescimento e de pacificação do país”.
A posição de Caiado alinha-se ao movimento crescente entre grupos conservadores que defendem uma “anistia completa” para todos os envolvidos nos eventos que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília – incluindo o ex-presidente, militares e políticos acusados na controversa investigação que tem levado centenas de brasileiros à prisão por tempo indeterminado.
No Congresso Nacional, a pauta da anistia enfrenta resistência do atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que mantém travado o Projeto de Lei da Anistia. Em resposta à obstrução, parlamentares trabalham em uma proposta alternativa que visa, ao menos, atenuar as penas impostas aos detidos pelos atos de janeiro.
Caiado fez questão de ressaltar que foi pioneiro entre os governadores ao defender publicamente a anistia ainda em fevereiro de 2024. Para ele, o debate sobre punições “já cansou” e o país precisa urgentemente superar “essa crise” que mantém a nação dividida e prejudica o desenvolvimento nacional.
Desde o lançamento oficial de sua pré-candidatura presidencial no início de abril, o governador goiano tem buscado aproximação com o bolsonarismo, participando ativamente de manifestações pela anistia, enquanto articula apoios para viabilizar sua candidatura em meio às disputas internas no União Brasil. O posicionamento firme sobre a anistia pode representar um passo decisivo para atrair o eleitorado conservador, especialmente se Bolsonaro permanecer inelegível em 2026.