O vereador André Salineiro (PL) acredita que a escola pode oferecer mais aos alunos — e isso inclui conhecer melhor um dos livros mais importantes do mundo: a Bíblia. Pensando nisso, ele apresentou um projeto de lei na Câmara Municipal de Campo Grande que permite o uso da Bíblia como material de apoio nas escolas públicas e particulares da cidade.
Mas não se trata de ensinar religião. A proposta é simples: usar trechos da Bíblia de forma opcional, como complemento em aulas de História, Literatura, Filosofia, Artes e Ensino Religioso, por exemplo. Sempre respeitando as diferentes crenças dos alunos — ou mesmo a opção de não participar.
“A Bíblia é o livro mais lido do mundo. Ela tem muito valor histórico, cultural e literário. Pode ajudar os alunos a entender melhor a sociedade e a história da humanidade”, explica Salineiro.
Um livro, muitos saberes – O projeto não obriga ninguém a participar. A leitura será sempre opcional e usada como apoio, como acontece com outras obras literárias. Salineiro reforça que o foco é educar, não pregar. A proposta também segue a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que permitem o ensino religioso facultativo nas escolas públicas, desde que sem vínculo com religiões específicas.
Outras cidades já fazem isso – Campo Grande não seria a primeira cidade a adotar essa ideia. Petrolina (PE) já usa a Bíblia como material paradidático desde 2021. Lá, segundo o vereador Alexandre de Deus, a iniciativa tem sido bem aceita nas escolas. “É um apoio a mais, dentro dos conteúdos que já são dados nas aulas. E ninguém é obrigado a participar”, disse.
Teresina (PI) e Manaus (AM) também aprovaram projetos semelhantes. Em Manaus, o vereador Rodrigo Guedes, autor da proposta, explicou que a medida valoriza o conhecimento sem interferir na fé de cada um.
“É uma forma de ajudar na formação dos alunos, com responsabilidade e respeito”, disse Guedes na época da aprovação.
Educação com mais repertório – O projeto de Salineiro ainda será analisado nas comissões da Câmara, mas ele já defende a proposta com entusiasmo. Para o vereador, é uma chance de enriquecer as aulas com um texto que ajudou a formar a cultura ocidental.
“Assim como a gente estuda ‘Os Lusíadas’ ou a mitologia grega, a Bíblia também pode ser usada como parte do conteúdo cultural e humano dos alunos”, afirma.
O texto está nas mãos dos vereadores. Se aprovado, pode fazer de Campo Grande mais uma cidade a usar a Bíblia como ferramenta de ensino e conhecimento, respeitando sempre a liberdade de escolha de cada aluno.