Nesta terça-feira, 27, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a segunda fase da Operação Grilagem de Papel, resultando na prisão de quatro indivíduos em Coxim, Mato Grosso do Sul. A ação visa desarticular um esquema de expedição fraudulenta de certidões de regularização fundiária urbana (REURB), que permitia a apropriação ilegal de terrenos públicos ou abandonados por meio de documentos falsificados.
Prisão de ex-servidores públicos
Entre os detidos estão:
- Rodrigo Ferreira Lima, ex-gerente de Tributação da Prefeitura de Coxim;
- Thiago Cassiano, ex-gerente de Habitação;
- Márcio Rodrigues da Silva, escrivão da Polícia Civil que atuou na gerência de Tributação;
- Uma quarta pessoa, cuja identidade não foi divulgada até o momento.
Além das prisões, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e quatro medidas cautelares na cidade. Durante as diligências, foram apreendidos celulares e documentos relacionados à REURB e à transmissão de imóveis.
Modus operandi do esquema
De acordo com o Gaeco, a organização criminosa, composta por servidores públicos e particulares, fraudava a expedição de certidões de regularização fundiária para terrenos desocupados, mas com propriedade definida, sem seguir os procedimentos legais exigidos. Essas certidões ilegais permitiam a transferência dos imóveis no Cartório de Registro de Imóveis para os próprios envolvidos, seus familiares ou terceiros que pagavam propina para essa finalidade.
Fase anterior da operação
A primeira fase da Operação Grilagem de Papel ocorreu em novembro de 2024, quando foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, sendo 14 em Coxim e um em Várzea Grande, Mato Grosso. Na ocasião, foram apreendidos R$ 15 mil em espécie, além de celulares e documentos relacionados à regularização fundiária e à transmissão de imóveis. Dois servidores públicos também foram afastados de seus cargos por suspeita de envolvimento nas fraudes.
A operação continua em andamento, com o Gaeco analisando o material apreendido para dar continuidade às investigações e identificar outros possíveis envolvidos no esquema.
