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Condenada pelo STF, Carla Zambelli deixa o Brasil e se diz alvo de perseguição política

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) confirmou nesta terça-feira, 03, que deixou o Brasil após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão em regime inicialmente fechado. A parlamentar afirma que é vítima de “perseguição política” e classificou a decisão da Corte como injusta e autoritária.

Zambelli fez o anúncio por meio de uma nota pública divulgada em suas redes sociais e à imprensa. Sem revelar o país de destino, a deputada declarou que está fora do Brasil por temer “prisão arbitrária” e disse que continuará lutando pela liberdade “a partir do exílio”.

“Sou uma condenada política. Estou sendo punida por ter coragem de enfrentar o sistema, denunciar abusos e defender o povo brasileiro”, afirmou.

Condenação no STF

O Supremo Tribunal Federal condenou Zambelli por crimes relacionados à tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, incitação ao crime e porte ilegal de arma. A decisão levou em conta o episódio em que a deputada perseguiu um homem armado nas ruas de São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, além de postagens e discursos considerados golpistas.

A maioria dos ministros acompanhou o voto do relator, ministro Gilmar Mendes, que apontou “conduta deliberada e continuada de afronta às instituições democráticas e à ordem constitucional”.

Além da pena de prisão, Zambelli foi condenada à perda do mandato parlamentar e à suspensão dos direitos políticos, medida que ainda precisa ser comunicada oficialmente à Câmara dos Deputados.

Saída do país e repercussão

Segundo informações apuradas por veículos como Metrópoles e Gazeta do Povo, Zambelli embarcou em um voo internacional antes da publicação do acórdão, o que pode ter sido uma estratégia para evitar a execução imediata da pena. O Ministério da Justiça já discute com a Polícia Federal a possibilidade de solicitar o nome da deputada na lista da Interpol, caso seja expedido mandado de prisão.

A fuga da parlamentar gerou forte repercussão no meio político. Enquanto parlamentares governistas criticaram a atitude como uma tentativa de se esquivar da Justiça, aliados de Zambelli reforçaram o discurso de que a condenação é parte de um processo de “criminalização da oposição”.

“O Brasil está virando uma ditadura judicial. Quando deputados eleitos são perseguidos por suas opiniões, estamos diante de uma ameaça real à democracia”, disse o senador Eduardo Girão (Novo-CE).

Defesa e próximos passos

A defesa da deputada já afirmou que irá recorrer da condenação ao próprio STF e que estuda levar o caso a cortes internacionais. Em nota, os advogados classificaram o julgamento como “viciado” e disseram que Zambelli está sendo usada como “bode expiatório” para silenciar a oposição conservadora.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), por sua vez, considera a sentença legítima e afirma que há provas contundentes de que a deputada agiu de forma coordenada para atentar contra o Estado Democrático de Direito.