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Nicarágua fecha universidades ligadas à Igreja Católica

Daniel Ortega ordenou o fechamento de duas universidades ligadas à Igreja Católica, na terça-feira (7). O regime do país acusou ambas de “descumprimento” das leis. A decisão ocorre em um contexto de perseguição e detenção de religiosos no país.

 

O Ministério do Interior publicou no jornal oficial La Gaceta a dissolução da Universidade Juan Pablo II, com unidades em Manágua e outras quatro cidades, e da Universidade Autônoma Cristã da Nicarágua (Ucan), com operação em León e outras cinco cidades.

 

O fechamento foi decretado “por descumprimento de suas obrigações, decorrentes das leis que as regulam”, e por as universidades terem “dificultado o controle e a fiscalização da Direção-Geral de Registo e Controle de Entidades Sem Fins Lucrativos”, segundo a resolução, assinada pela ministra do Interior, María Amelia Coronel Kinloch.

 

Os alunos, por sua vez, serão integrados em outras universidades e seus bens serão transferidos para o Estado, de acordo com as normas da Lei 1.115, sobre organizações sem fins lucrativos. O jornal oficial também anunciou a “dissolução voluntária” das organizações caritativas católicas, Caritas Nicarágua e Caritas Diocesana de Jinotega, e a autorização do Ministério do Interior para formalizar esses fechamentos, revelando que as assembleias extraordinárias de ambas as entidades o decidiram em janeiro e dezembro, respectivamente.

 

As tensões entre a Igreja Católica e o governo aumentaram em 2018, quando vários templos católicos deram abrigo a manifestantes feridos nos protestos que eclodiram contra Ortega. Entre 2018 e 2019, a Igreja também tentou mediar um diálogo entre o governo e a oposição, mas sem sucesso.