A Câmara Municipal de Campo Grande deverá criar Comissão Especial para investigar divergência de R$ 386,1 milhões na folha de pagamento da Prefeitura Municipal, identificada em inspeção do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul). A diferença é referente ao valor das folhas apresentadas à auditoria e o executado no orçamento, ou seja, não declarados no Portal da Transparência. Toda a apuração ocorre em meio a investigações de suposta folha secreta que estaria ocorrendo desde a gestão de Marquinhos Trad (PSD).
O presidente da Casa de Leis, vereador Carlão (PSB), classificou o valor identificado pelo TCE-MS como “exorbitante” e afirmou que deverá ser investigado.
Um requerimento será formulado na próxima semana para que o valor seja explicado pela Prefeitura de Campo Grande. O requerimento é medida apresentada pelos vereadores cuja finalidade é a de exigir informações do Poder Executivo.
“Nós vamos fazer um requerimento na próxima semana. Eu acho um valor exorbitante, com certeza, um valor muito alto. A Câmara vai criar uma comissão especial para investigar isso”, disse o presidente da Câmara.
Carlão também informou que irá elaborar um ofício solicitando os documentos técnicos do TCE-MS, que identificam a divergência entre os valores levantados e os apresentados pelo Executivo. O assunto será acompanhado pela Comissão Permanente de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal.
De acordo com ele, o primeiro passo será receber um parecer do Tribunal de Contas e o analisar, juntamente com parecer técnico da própria Câmara, para identificar o erro e discutir a necessidade de uma investigação mais profunda.
No documento de inspeção do TCE-MS, ficou constatada divergência de R$ 386,1 milhões entre as folhas apresentadas e o executado no orçamento, ou seja, não declarados no Portal da Transparência, nos últimos anos da gestão de Marquinhos.
A inspeção do TCE-MS sobre as contas da prefeitura em 2022 revelou alterações na prestação de contas de pessoal. O relatório técnico possui 93 páginas.
Relator da inspeção, o conselheiro Osmar Jeronymo deu 20 dias úteis para a atual prefeita, Adriane Lopes (Patriota), se manifestar sobre a situação apresentada.