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Cascalhos de Areia aumenta ficha de alvos de operações e velhos conhecidos da Justiça

As centenas de páginas do Procedimento Investigatório Criminal que culminou na Operação Cascalhos de Areia é um verdadeiro compilado histórico de escândalos em Mato Grosso do Sul. Figuras conhecidas do Ministério Público Estadual e da Justiça são citadas em contextualizações de esquemas e ligações com os investigados.

Entre as operações mencionadas, a “Penúria” é a que tem maior peso nas investigações, isso porque foi através da apuração de fraude na compra de 60 mil cestas básicas pelo Governo do Estado, na gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB), que se chegou a indícios de possíveis crimes em licitações na Prefeitura de Campo Grande. O que levou o promotor de Justiça Adriano Lobo Viana de Resende a pedir o compartilhamento de provas.

O titular da 29ª Promotoria de Justiça da Capital e integrante do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) teve o pedido aceito pela juíza May Melke de Amaral Siravegna, da 4ª Vara Criminal. É aí que surge o empresário  Mamed Dib Rahim. Ele foi alvo do Gaeco, em 2020, na Operação Penúria, onde teve seu sigilo telefônico quebrado.

Mamed é um dos fundadores da empresa Engenex, um dos focos da Operação Cascalhos de Areia. No ano de 2021, o empresário deixou o quadro societário, apesar de a empresa estar no azul, com saldo remanescente de R$ 10,1 milhões em contratos com a prefeitura.
Isso chamou a atenção dos investigadores. Dados obtidos pela Operação Penúria ligaram Mamed Rahim a Edcarlos Jesus Silva, e um possível esquema milionário de “laranjas”.

Edcarlos Jesus Silva, por sua vez, também é alvo de ação de improbidade administrativa na Justiça da Operação Toque de Midas, em que a Polícia Federal, que contou com o apoio do Gecoc do MPMS, em 2017, apurou irregularidades na venda de kits de materiais escolares à Prefeitura de Paranhos.

A Toque de Midas investigou pregão que previa a aquisição de 3,3 mil kits para os ensinos infantil, fundamental I e fundamental II. Tudo foi adquirido por R$ 219,6 mil. Entretanto, laudo da PF identificou superfaturamento de 15,42% no valor pago pelos kits infantis, 51,79% em relação ao kit fundamental I e o mesmo percentual em relação ao kit II.

No decorrer das investigações, entra em cena Ariel Dittmar Raghiant, dono das empresas Modulo Engenharia e Comércio, Coletto Engenharia e Engecor Engenharia. O arquiteto é responsável por todos os trâmites que envolvem licitações, medições e demais atividades relacionadas à área técnica da empresa Engenex.

Em 2016, o empresário foi implicado na Operação Midas, do Gaeco (Grupo de Operações Especiais e Combate ao Crime Organizado), que investigou transações imobiliárias realizadas pelo procurador da Câmara de Vereadores André Luiz Scaff incompatíveis entre o preço de mercado e o declarado às autoridades fiscais para efeito de lançamento.

Ariel e a empresa Colleto engenharia, juntamente com André Luiz dos Santos, o André Patrola, a empresa A.L. Dos Santos, André Luiz Scaff, João Alberto Krampe Amorim, Proteco Construções, figuram como réus em ação civil pública por ato de improbidade administrativa.

Neste ponto, o relatório do Gecoc lembra a, provavelmente, mais célebre operação policial de Mato Grosso do Sul, a Lama Asfáltica.

Com informações O Jacaré