No dia 29 de agosto, o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, esteve no estado para inaugurar 52 quilômetros de pavimentação da BR-419/MS, que ligam Rio Negro a Rio Verde. Ele foi acompanhado pela deputada federal e, também candidata ao senado pelo Partido Progressista (PP), Tereza Cristina.
Tereza divulgou em suas redes sociais a ação, que também foi veiculada pelo jornal Diário do Estado MS e por lideranças políticas do estado, como o senador Nelsinho Trad (PSD) e o prefeito de Rio Negro, Buda do Lair (PSDB), que publicaram vídeos com falas que comprovam a entrega oficial de trechos da BR-419/MS.
Para acompanhar o ministro, a deputada utilizou ainda aeronave da Força Aérea Brasileira, comprovada em imagem divulgada pela própria.
Descumprimento da lei pode culminar em cassação de Tereza Cristina
O descumprimento art. 77 da Lei nº 9.504/97, que estabelece normas para as eleições, e que proíbe a qualquer candidato comparecer, nos 3 (três) meses que precedem o pleito, a inaugurações de obras públicas, pode levar à cassação do registro ou do diploma.
Além disso, o Ação de Investigação Eleitoral nº 0601048-34.2022.6.12.0000 também pode caracterizar abuso de autoridade e do poder político, tendo em vista que Tereza Cristina é deputada federal e pode influenciar os eleitores. Em divulgação nas suas redes, ela atribuiu a obra ao Governo Federal com recursos da bancada federal.
Mandetta pede cassação de Tereza Cristina
Ex-deputado federal, ex-ministro da Saúde no governo de Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta, do União Brasil, denunciou Tereza Cristina por suposto descumprimento da legislação eleitoral. Ele pede a cassação do registro da candidatura da deputada federal.
Pela denúncia, Mandetta sustenta que Tereza desobedeceu a regra eleitoral ao participar de um ato que celebrou a inauguração de uma obra pública durante os três meses que precedem as eleições. Ainda segundo a apelação do ex-ministro, a deputada federal, usou também um avião da FAB, conforme imagem divulgada pela própria parlamentar.
Para Mandetta, a conduta de Tereza Cristina também evidencia abuso de autoridade e de poder. Mandetta pediu, ainda, à Justiça Eleitoral, que suspenda a reprodução dos vídeos e fotografias publicadas nos perfis da ex-ministra Tereza Cristina.