A dois dias de deixar a presidência do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil conseguiu reunir o apoio de todos os membros não permanentes do órgão para uma nova resolução sobre a guerra entre Israel e o Hamas.
O país já tem o número necessário de votos e agora corre contra o tempo para costurar o compromisso do não veto dos membros permanentes do conselho. Na prática, conseguir que Estados Unidos e Rússia não vetem. Trabalho difícil e cujo sucesso é muito improvável, diplomatas avaliam.
Por isso, o Brasil trabalhou nos últimos dias para conseguir uma sinalização de que esses dois países se abstivessem – e não vetassem. Mas, mesmo assim, a saída é improvável: os dois não devem ter posições coincidentes na matéria, mesmo que seja veto.
Toda questão agora se dá nos termos que o texto trará. Os russos, por exemplo, acham a resolução do conselho não pode ser mais branda que o que foi aprovado pela Assembleia Geral na semana passada, que falava em uma trégua. É como se a assembleia, que reúne todos os países que compõem a ONU, já tivesse colocado um limite em relação ao qual não haveria como retroceder.
O país recebeu comentários preliminares das demais nações, mas aguarda a posição dos membros permanentes. Lembrando que Reino Unido e França, por exemplo, há muito tempo não vetam resolução. Inclusive a França votou favoravelmente com o Brasil no último texto analisado.
Nesta terça (31), haverá nova reunião do conselho, pedida pelos Emirados Árabes Unidos. Mauro Vieira, chanceler brasileiro, foi até os EUA presidir a sessão.