O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, deve oficializar sua pré-candidatura à Presidência da República nos próximos meses, segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (3). O anúncio tem potencial para acirrar as divisões internas do partido.
O evento de lançamento está previsto para ocorrer em Salvador, entre fevereiro e março, com a presença de deputados, senadores, prefeitos e governadores, como Mauro Mendes (MT), Marcos Rocha (RO) e Wilson Lima (AM). Contudo, os ministros Juscelino Filho (Comunicações) e Celso Sabino (Turismo) já confirmaram ausência, pois devem apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, evidenciando a divisão entre as alas lulistas e antilulistas do partido.
A participação de outros líderes influentes, como Davi Alcolumbre (AP), que concorre à presidência do Senado, o líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA), e Milton Leite, presidente da sigla em São Paulo, ainda é incerta. Caiado, com o apoio da direção nacional, lidera os esforços para garantir a presença de figuras proeminentes no evento.
Conforme a Folha, o racha no União Brasil já impacta disputas internas, como a escolha do próximo líder da bancada na Câmara dos Deputados. Entre os candidatos estão Damião Feliciano (PB), da ala governista; Mendonça Filho (PE), opositor ao governo; e Pedro Lucas Fernandes (MA), apontado como favorito por sua postura centrista.
Apesar da movimentação política, Caiado enfrenta um revés jurídico. O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás o tornou inelegível por oito anos devido a abuso de poder político nas eleições municipais de 2024. A decisão, tomada em dezembro de 2024, ainda cabe recurso.
Na mesma sentença, a Justiça Eleitoral cassou o registro da chapa do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel, apoiado por Caiado. Apesar disso, o atual mandato do governador, que se estende até 2026, não é afetado pela decisão.