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Após 6 anos, acusados de morte de jovem com mangueira de lava-jato vão à júri

Seis anos depois da morte de Wesner Moreira da Silva, em um lava-jato, os acusados vão a júri popular nesta quinta-feira (30), em Campo Grande. Em depoimento durante o julgamento de Willian Enrique Larrea e Thiago Giovanni Demarco Sena, pela morte de Wesner Moreira, em 2017, o técnico em enfermagem lembrou das palavras da vítima. Wesner disse ao médico que teve a mangueira de ar introduzida no corpo.

Assim, antes de ser entubado, o jovem confirmou que teve a mangueira de ar comprimido introduzida no corpo. A testemunha foi ouvida durante o júri que aconteceu nesta quinta-feira (30).

A promotora Lívia Carla Guadanhim afirmou que “Justiça para nós hoje é a condenação dos réus pelo dolo eventual”. Ainda durante os depoimentos, a assistente social Tânia Mara confirmou que os réus mentiram.
Segundo ela, nos depoimentos eles mentiram de início. Isso porque diziam que Wesner tinha passado mal, só depois revelando o que realmente tinha acontecido.

Morte de Wesner

O crime aconteceu no dia 3 de fevereiro de 2017. Na noite do dia 2, Wesner afirmou para a mãe que pegaria carona com Thiago, um dos acusados pelo crime. “Ele falou, mãe me acorda bem cedo que o Thiago vai vir me buscar para ir ao serviço”.

“No outro dia, quando o Thiago estava batendo na porta, senti até uma coisa ruim, mas meu filho foi”, conta Marisilva. Segundo a peça acusatória, na data de 3 de fevereiro de 2017, por volta das 10 horas, no Lava Jato, localizado na Avenida Interlagos, na Vila Morumbi, a dupla introduziu uma mangueira de ar no ânus de Wesner, causando-lhe ferimentos e em seguida sua morte.

Wesner teria pedido para Willian que comprasse um refrigerante e o mesmo questionou: “De novo? Agora toda hora Coca-Cola!”, e passou a bater na vítima com um pano utilizado para limpar carros, em tom de brincadeira.

Ainda conforme o processo, Wesner pediu para que ele parasse, mas não foi atendido. Em certo momento se afastou, mas foi imobilizado por Willian que o levou até Thiago, que por sua vez, com a mangueira de compressor de ar, retirou a bermuda e cueca da vítima e introduziu o equipamento em Wesner.

Imediatamente o adolescente começou a passar mal e vomitou, sendo levado ao Centro Regional de Saúde do Bairro Tiradentes e, posteriormente, ao Hospital Santa Casa, onde permaneceu internado até o dia 14, quando morreu. O laudo apontou que o óbito foi causado por ruptura do esôfago e choque hipovolêmico por hemorragia torácica aguda maciça.

Quando a mãe ficou sabendo, o filho já estava no hospital. “Estava muito inchado, irreconhecível”, relata. “Fiquei esperando ele melhorar, quando um dia me contou o que aconteceu. Falou que eles sempre faziam esse tipo de brincadeira com ele e, na última vez, um deles laçou ele com pano molhado e o outro colocou a mangueira”, lembra a mãe.