O Asilo São João Bosco, localizado em Campo Grande (MS), está sendo acusado de envolvimento em um esquema de falsificação de documentos e violência patrimonial contra uma idosa de 92 anos diagnosticada com Alzheimer e demência.
Segundo as acusações, o imóvel de propriedade da idosa foi irregularmente doado ao asilo por meio de uma procuração simulada, enquanto a idosa já era considerada incapaz, conforme prontuários médicos anexados ao processo.
Além disso, o caso também envolve um médico psiquiatra funcionário do Asilo que forneceu atestados contraditórios. Inicialmente, ele emitiu laudos comprovando a incapacidade da idosa.
Posteriormente, o médico apresentou outro atestado declarando sua lucidez, mesmo com provas documentais que indicavam sua condição de saúde debilitada. Esse médico agora responde a um processo ético-disciplinar no Conselho Regional de Medicina (CRM), levantando dúvidas sobre a legitimidade de suas ações.
De acordo com os autos, funcionários do asilo teriam agido em benefício da instituição, utilizando a procuração viciada para transferir o imóvel para o próprio asilo.
A situação gerou revolta, pois, segundo as alegações, a idosa, sem herdeiros ou parentes próximos, deveria ser protegida judicialmente por meio de um processo de interdição, com autorização judicial para qualquer venda ou doação de seus bens, o que não foi realizado.
O advogado dos requeridos destaca que, além das irregularidades no uso da procuração, os responsáveis pelo Asilo insistiram, durante boa parte do processo, na narrativa de que a idosa estaria lúcida, mesmo com ampla documentação médica e jurídica que comprova o contrário.
Com a apresentação das evidências, o Ministério Público já recomendou a suspensão do processo até que a real capacidade da idosa seja esclarecida por meio de perícia médica.
Este caso chama a atenção para possíveis falhas no sistema de proteção ao idoso e expõe práticas antiéticas que, segundo os acusadores, visam a exploração de pessoas vulneráveis.