Contrariando a alegação do ministro Alexandre de Moraes, o ex-assessor de assuntos internacionais do governo Bolsonaro, Filipe Martins, não esteve nos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022. Essa informação surge para contestar a ordem de prisão cautelar emitida contra Martins, fundamentada na alegação de que ele estava na lista de passageiros do avião presidencial.
Em uma reviravolta, descobriu-se que Martins permaneceu em solo brasileiro, dirigindo-se apenas a Curitiba em 31 de dezembro daquele ano para estabelecer residência naquele estado. Documentos obtidos exclusivamente pela Revista Oeste mostram os bilhetes de voo de Martins, indicando que ele voou de Brasília para a capital paranaense em um voo da Latam Airlines.
O advogado de Martins, Ricardo Fernandes, contestou a decisão de Moraes, destacando a falta de provas concretas. Fernandes declarou: “Juridicamente, é um absurdo. Isso nos força a produzir provas negativas. Somos obrigados a provar que não fizemos alguma coisa.”
Moraes justificou sua decisão afirmando que não havia registros de saída de Martins no controle migratório e sugeriu que o ex-assessor poderia ter fugido do país para evitar responsabilidades penais. No entanto, ele decidiu manter a prisão de Martins nesta quinta-feira (15), argumentando que a medida é “razoável, proporcional e adequada até que se garanta a devida colheita probatória”.
O ministro também mencionou a suposta participação de Martins na elaboração de “minutas de decretos” que favoreceriam o grupo investigado na suposta tentativa de golpe.