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Associações de delegados e juízes repudiam fala de Lula sobre Moro

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) condenaram a declaração do presidente Lula de que o plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para matar o senador Sergio Moro (União-PR) seria uma armação do próprio ex-juiz.

Em nota de repúdio, as duas entidades divulgaram nota de repúdio na última quinta-feira 23, depois de Lula ter afirmado publicamente, em solenidade em Itaguaí (RJ), que a operação que envolveu 120 agentes da Polícia Federal era “mais uma armação do Moro” e ter insinuado que a decisão da juíza Gabriela Hardt, de autorizar a operação era um benefício para ajudar o ex-colega e não um decisão válida.

“Nós confiamos plenamente no trabalho desenvolvido pelos delegados federais que atuam no caso. As investigações foram conduzidas com cautela, responsabilidade e amparo na lei, sendo obtido, certamente, forte arcabouço probatório no curso do Inquérito Policial”, afirmou Luciano Leiro, presidente da ADPF.

Leia as notas, na íntegra:

Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe)

“A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) vem a público reiterar o mais absoluto apoio a todos os Juízes e Juízas Federais com atuação na área criminal no país. A criação do Sistema Penitenciário Federal, cuja jurisdição é exercida por magistradas e magistrados da Justiça Federal, tem se mostrado extremamente importante para o combate eficaz ao crime organizado, que insiste em desafiar as instituições democráticas brasileiras.

O ataque pessoal a Juízas e Juízes Federais provoca instabilidade social e se distancia da necessidade urgente de conciliação entre os Poderes. A Ajufe reitera o respeito às instituições como condição para o exercício pleno da democracia, e seguirá defendendo a independência do Poder Judiciário e a harmonia com os demais Poderes da República.”

Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF)

“Nós confiamos plenamente no trabalho desenvolvido pelos Delegados Federais que atuam no caso. As investigações foram conduzidas com cautela, responsabilidade e amparo na lei, sendo obtido, certamente, forte arcabouço probatório no curso do Inquérito Policial. Vale lembrar que todo o trabalho da PF é acompanhado de perto pelo Ministério Público Federal e que as medidas relativas a prisões, sequestros e apreensões de bens são determinadas pelo juízo competente. Por isso, em momentos sensíveis como esse, é importante destacar a necessidade de autonomia funcional das instituições e a seriedade do processo persecutório penal.”