Na sexta-feira, 1º, o Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu uma sentença condenatória de 11 anos e seis meses de prisão para o barbeiro piauiense João Oliveira Antunes Neto, de 20 anos, por sua envolvimento nos eventos golpistas de 8 de janeiro. Além de ser um barbeiro, Antunes Neto se define como um “jovem cristão pregador do evangelho de Jesus Cristo”.
O réu, originário de Dirceu Arcoverde, uma cidade localizada no sudeste do Piauí com pouco mais de sete mil residentes de acordo com o censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi declarado culpado por três crimes cometidos no dia 8 de janeiro: “abolição violenta do estado democrático de direito”, “golpe de estado” e “associação criminosa armada”.
Antunes Neto estava em liberdade provisória desde 15 de novembro, após ser liberado por uma decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, que impôs medidas cautelares.
João Oliveira Antunes Neto se autodenominava um “barbeiro profissional” e um evangelizador da palavra de Jesus Cristo nas plataformas de mídia social. Suas postagens não continham expressões de opiniões políticas.
Fábio Diniz Rocha Alves, advogado de Antunes Neto, em entrevista ao Estadão, expressou seu desejo de recorrer da decisão judicial, alegando que seu cliente, o barbeiro,estava “apenas se manifestando pacificamente”.
“Além disso, solicitei acordos de não persecução penal, considerando outros indivíduos que não estavam envolvidos nos atos de vandalismo contra prédios públicos e que foram detidos no QG [Quartel-General] e incluídos nessa decisão”, informou o advogado.
O STF condenou, além de Antunes Neto, outros 14 réus nesta sexta-feira. O barbeiro piauiense e um outro réu foram os que tiveram a pena mais branda. Enquanto isso, cinco pessoas foram condenadas a 16 anos e seis meses de reclusão, e mais seis receberam sentenças de 13 anos e seis meses.