Na quarta-feira (3), a Justiça dos Estados Unidos liberou um primeiro lote de documentos judiciais previamente confidenciais relacionados ao falecido financista Jeffrey Epstein, acusado de abuso sexual e tráfico de crianças. Nestes documentos, o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, foi citado, juntamente com outras personalidades notáveis, incluindo o príncipe Andrew, do Reino Unido.
Esses registros fazem parte de um processo por difamação movido em 2015 por Virginia Giuffre, uma das principais denunciantes de Epstein, contra a ex-amante e parceira de negócios do financista, a herdeira britânica Ghislaine Maxwell. A divulgação destes documentos era aguardada com expectativa, pois acredita-se que possam envolver diversas personalidades ligadas ao bilionário Epstein.
Os documentos, que incluem identidades de aproximadamente 150 pessoas, foram ordenados a serem tornados públicos pela juíza Loretta Preska, do tribunal federal para o Distrito Sul de Nova Iorque, a partir de 1º de janeiro. Esse prazo permitiu que pessoas mencionadas nos documentos se opusessem à sua divulgação. Pelo menos duas pessoas fizeram objeções e têm até 22 de janeiro para explicar seus motivos.
A lista de citados inclui o príncipe Andrew, processado por abuso sexual por Giuffre, com quem chegou a um acordo extrajudicial. Além disso, o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, identificado no relatório pela rede de televisão ABC News como “John Doe 36”, também está na lista. Giuffre tentou, sem sucesso, intimar Clinton a depor.
Clinton, que não foi acusado formalmente, aparece nas listas de passageiros dos voos de Epstein para diferentes países. No entanto, a possível presença de Clinton em uma das ilhas de Epstein, onde supostamente ocorreram abusos, permanece ambígua. Giuffre alega que sim, enquanto Clinton nega qualquer envolvimento.
Jeffrey Epstein cometeu suicídio em 2019 em uma prisão federal em Nova Iorque, onde aguardava julgamento por supostamente liderar uma rede de tráfico sexual de menores a partir de suas propriedades em Nova Iorque e Flórida. As acusações incluíam meninas com apenas 14 anos de idade.