Enquanto a Polícia Federal realizava a operação “Contragolpe”, que prendeu militares e um policial federal acusados de planejar um atentado contra Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro aproveitava o cenário paradisíaco de São Miguel dos Milagres, Alagoas. Ao lado de Gilson Machado, seu ex-ministro do Turismo, Bolsonaro criticou duramente a ação, classificando-a como “teatro político” e atribuindo-lhe o objetivo de promover Lula como líder internacional no contexto do G20.
“Estão criando narrativas durante o G20 para sustentar uma imagem que não existe”, afirmou Bolsonaro, em conversas com aliados. A operação, que investiga planos de ataque e restrições ao Judiciário, foi vista por ele como uma tentativa de desviar a atenção de falhas do atual governo, reforçando a politização das instituições. O ex-presidente demonstrou preocupação com o impacto sobre seus antigos aliados e as Forças Armadas.
Segundo Bolsonaro, a ação teria como objetivo projetar a imagem de Lula como um “democrata” no cenário internacional, especialmente em meio à 19ª cúpula do G20, que ocorre no Rio de Janeiro.
“É tudo narrativa”, teria dito Bolsonaro a aliados, segundo fontes próximas.
A operação da PF investiga uma organização acusada de planejar um atentado contra Lula e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, logo após as eleições de 2022. A investigação também apura possíveis articulações para restringir a atuação do Poder Judiciário.
Mesmo afastado da política ativa, Bolsonaro segue acompanhando os desdobramentos que envolvem antigos aliados e militares investigados. A oposição, por sua vez, já articula formas de explorar politicamente o episódio, enquanto o governo utiliza a operação para reforçar sua postura contra atos antidemocráticos.