O descumprimento do contrato de concessão da BR-163/MS, firmado em 2014 com a CCR MSVia, gerou uma onda de indignação entre autoridades e a população de Mato Grosso do Sul. À frente da mobilização contra a empresa está a deputada estadual Mara Caseiro (PSDB), integrante da Comissão Temporária de Acompanhamento do Processo de Relicitação ou Repactuação do Contrato, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS).
Segundo o contrato original, a concessionária deveria ter duplicado 806 quilômetros da rodovia em um prazo de cinco anos. No entanto, passados 11 anos, apenas 150 km foram efetivamente entregues. O resultado é um cenário de insegurança, prejuízos aos cofres públicos, impactos econômicos e, sobretudo, perda de dezenas de vidas em acidentes evitáveis.
“É revoltante ver que a empresa não cumpriu o que foi acordado, colocou milhares de vidas em risco e ainda se cogita a possibilidade de continuar operando a BR-163 por mais 30 anos. Estamos mobilizados para que isso não aconteça. O povo sul-mato-grossense não pode continuar sendo penalizado”, afirmou a deputada Mara Caseiro.
A parlamentar participou ativamente das audiências públicas realizadas em diversos municípios do Estado — incluindo Naviraí, Dourados, Coxim, Rio Verde de Mato Grosso (essa ela não pode comparecer), Campo Grande e, nesta quarta-feira (9), a última em Mundo Novo. As audiências, promovidas em parceria com a ALEMS e presididas pelo deputado Junior Mochi (MDB), buscam dar voz às comunidades e levantar dados para compor o relatório que será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF).
Durante a audiência pública realizada na manhã da última segunda-feira (7), na Câmara Municipal de Campo Grande, o debate teve como foco a inadimplência da concessionária e os impactos da má gestão da rodovia. O presidente da comissão, Junior Mochi, anunciou que o relatório e as propostas estão prontos, e que serão submetidos à ALEMS e ao MPF, com apoio de assinaturas de entidades e representações legislativas.
“A indignação das pessoas nas audiências públicas é unânime. Os problemas se repetem em toda a extensão da BR-163: buracos, falta de sinalização, insegurança e abandono. O que queremos é ser ouvidos e salvar vidas. Não se trata apenas de infraestrutura, mas de responsabilidade social e compromisso com a vida humana”, destacou Mara Caseiro.
A deputada também expressou preocupação com a possibilidade de repactuação do contrato manter a atual concessionária. O novo leilão está previsto para o dia 22 de maio de 2025, com um novo contrato de 30 anos de vigência. Caso não haja interessados, a CCR MSVia continuará administrando a BR-163 até 2054 — um cenário amplamente criticado pela população e pelos parlamentares.
A mobilização da Assembleia Legislativa, reforçada por lideranças como Mara Caseiro e Junior Mochi, tem como objetivo garantir que a nova concessão — ou eventual repactuação — seja mais justa, transparente e que de fato beneficie os usuários da rodovia. O movimento também exige maior fiscalização e compromisso com a vida e a segurança da população sul-mato-grossense.