Ao longo de 2023, a pecuária brasileira produziu quase 9 milhões de toneladas de carne bovina. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um recorde para o país.
O IBGE publicou os dados nesta quinta-feira, 14. Na esteira do aumento, também houve o recorde da quantidade carne bovina exportada. Porém, essa elevação não resultou em mais dinheiro com as vendas ao mercado externo. O preço da arroba caiu quase 20% — e levou junto o faturamento com as vendas ao exterior.
A receita com os embarques do setor em 2023 fechou em US$ 10,5 bilhões — uma queda de 9% sobre o resultado de 2022. Ou seja: de um ano para o outro, o faturamento caiu quase US$ 1 bilhão — mesmo com o aumento da quantidade enviada para outros países.
Carne bovina do Brasil barrada na China
Um dos grandes problemas enfrentados no mercado externo foi o impedimento das vendas por quase um mês para o maior importador do produto brasileiro: a China — que compra cerca da metade do que a pecuária nacional exporta. O motivo: um único animal em uma fazenda em Marabá, no interior do Pará.
Tratou-se de um touro em idade avançada com a suspeita de contaminação do mal da vaca louca clássica — que é fatal e contagiosa. Há um contrato entre os governos chinês e brasileiro que estabelece o embargo das exportações quando houver um caso como esse em investigação no Brasil.
Contudo, exames revelaram que esse não era o problema. O touro de Marabá estava, na verdade, com o mal da vaca louca atípico. É uma doença que surge espontaneamente, não é contagiosa e não gera embargos.
As investigações para o desfecho do caso levaram menos de dez dias. Porém, demorou quase um mês para os chineses liberarem a retomada das compras da carne bovina brasileira.
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil