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Cacau mais caro pode amargar a Páscoa

Os problemas com a produção de cacau do oeste africano podem deixar a Páscoa mais amarga no Brasil e no mundo. A colheita da principal safra começou em outubro e acaba neste mês de março — a oferta deve ficar abaixo da demanda pelo terceiro ano seguido, diz Leonardo Rossetti — analista de inteligência de mercado da StoneX.

A amêndoa extraída da fruta é a principal matéria-prima para a fabricação do chocolate, incluindo aquele usado para fazer os ovos de Páscoa.

De acordo com Rossetti, a produção da Costa do Marfim de 2024 deve ser 27% menor que a do ano anterior e fechar em 1,2 milhão de toneladas de amêndoas. País da região, trata-se do maior produtor do mundo — responsável por 40% da safra global.

Em meio à oferta insuficiente, os preços pela tonelada de cacau dispararam no mercado internacional — também afetando o Brasil, país que importa boa parte da demanda interna, apesar de ser um produtor. A cotação da amêndoa na Nasdaq, em Nova York, triplicou em um ano e hoje está em cerca de US$ 8 mil a tonelada.

O temor do mercado se agrava ainda mais por ser o terceiro ano seguido com a oferta menor que a demanda — e a safra atual tem o maior déficit: 374 mil toneladas nesse período. Além disso, um triênio inteiro de produção abaixo da procura não ocorria desde 1969. Ou seja: há 55 anos.

Cacau no Brasil

A importação equivale a cerca de 20% do processamento de cacau no Brasil. Em 2023, por exemplo, a indústria nacional processou 220 mil toneladas de amêndoas. Ao mesmo tempo, o país recebeu quase 45 mil toneladas do mercado externo — e a Costa do Marfim forneceu a maior parte.

Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil