Apesar da versão alternativa da música de Gilberto Gil já dizer “andar café eu vou, que café não costuma falhar”, essa prerrogativa vai custar 40% a mais no bolso dos brasileiros. Até janeiro de 2025 o preço vai aumentar, e tomar aquele cafézinho na copa, ou um café após um almoço de fim de semana, vai doer mais no bolso do brasileiro médio.
Segundo comunicados internos de grandes empresas como 3corações e JDE (Jacobs Douwe Egberts), proprietária das marcas Pilão, L’Or e Maratá, o reajuste nos preços tem relação a uma série de fatores climáticos e econômicos que vêm impactando o mercado global do grão.
Contudo, o cenário econômico brasileiro tem grande culpa. Portanto, como mostra o IPCA,os preços do Café aumentaram 2,33% em novembro. Na somatória, o IPCA aumentou 0,39% em novembro. Hoje, a inflação brasileira está em 4,87% nos últimos 12 meses. Isso é 0,37 ponto percentual acima do teto da meta para 2024.
Principalmente, a alta do índice foi puxada majoritariamente pelo aumento no grupo Alimentação e bebidas (1,55%). Em termos de impacto na inflação geral de novembro, o café teve um peso de 0,33 ponto percentual. Já no período de 12 meses, o grão moído teve uma alta de quase 33%.
No varejo, o pacote de 1 kg está sendo comercializado, em média, a R$ 48,57, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), comparado aos R$ 35,09 registrados em janeiro.
Aumento do preço do café
Entre as principais razões para o aumento do preço do café, segundo especialistas do setor, estão a elevação nas cotações internacionais do café devido a fenômenos climáticos, como seca e altas temperaturas. Isso resultou na redução da produção de variedades como o arábica, uma das mais consumidas no Brasil, e no aumento da demanda pelo grão.
A baixa oferta interna também poderia ser explicada pela alta do dólar, que pode pressionar as exportações, priorizando o exterior ao comércio local. Principalmente quando somado ao fator de dificuldades específicas do setor.
Ou seja, vender café para gringo com dólar a R$ 6 para tentar pagar um periodo climático difícil. Portanto, apesar do comércio interno, o Brasil registrou um ano histórico nas exportações de café. Até agora, as exportações somam 46,399 milhões de sacas, representando um crescimento de 3,78% em relação ao recorde anterior, alcançado em 2020.
