Nesta quarta-feira (13), o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deu início a um processo de cassação do mandato do deputado federal André Janones (Avante-MG). A acusação que paira sobre Janones é a prática de rachadinha, onde, segundo áudios divulgados, ele solicitava parte dos salários de seus assessores. O desfecho desse processo está previsto apenas para 2024, considerando a tradição de morosidade e corporativismo associada ao histórico do Conselho de Ética.
As alegações contra o parlamentar surgiram quando o site Metrópoles tornou público um áudio de 2019, no qual Janones, em seu primeiro mandato como deputado, teria informado a seus assessores que deveriam devolver parte de seus salários para contribuir na reconstrução de seu patrimônio.
A Folha de S.Paulo teve acesso ao mesmo áudio, e dois ex-assessores de Janones confirmaram a existência do esquema de rachadinha, onde o deputado apropriava-se de parte dos salários de seus auxiliares.
O deputado não compareceu à sessão do Conselho de Ética desta quarta-feira (13), negando veementemente as acusações de rachadinha. Em manifestações anteriores, Janones admitiu a autenticidade da gravação, mas negou a prática ilegal, alegando que solicitou contribuições a amigos que posteriormente se tornaram seus assessores para quitar dívidas conjuntas das eleições de 2016.
Além do processo na Câmara, Janones enfrenta investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Luiz Fux autorizou a abertura de inquérito, a pedido da vice-procuradora-geral da República, Ana Borges Coêlho Santos, para apurar suspeitas de crimes como associação criminosa, peculato e concussão.