O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão nesta sexta-feira (2), em meio ao escândalo envolvendo descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. A saída foi oficializada durante uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada fora da agenda pública no Palácio do Planalto. O presidente aceitou o pedido e indicou Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da pasta, para assumir o comando do ministério.
Em nota, o Planalto confirmou a mudança:
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na tarde desta sexta-feira, o pedido de demissão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, durante audiência no Palácio do Planalto. O presidente convidou o ex-deputado federal Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da Previdência, para ocupar o cargo de ministro.”
Lupi se manifestou nas redes sociais e afirmou que sua decisão foi tomada de forma voluntária. Ele ressaltou que seu nome não está entre os alvos das investigações conduzidas por órgãos de controle.
“Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso”, escreveu o ex-ministro. “Espero que as investigações sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador.”
Ele ainda afirmou que continuará colaborando com o governo e espera que os recursos desviados sejam integralmente devolvidos aos beneficiários do INSS.
A crise no INSS, que já é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em tramitação na Câmara dos Deputados, veio à tona após operações de controle identificarem descontos associativos não autorizados em aposentadorias — um esquema que teria desviado bilhões de reais.