(67) 9 9123-6297 | ocontribuintebr@gmail.com

Pesquisar
Close this search box.

China: Cristão preso por vender Bíblias sai da prisão com mais fé

Por um ano e seis meses Tianlong, nome fictício para preservar sua identidade, ficou preso na China por vender Bíblias e outros materiais cristãos em plataformas online. As autoridades o acusaram de “operações ilegais” e o obrigaram a pagar uma multa no valor de 20 mil yuans (cerca de R$ 14.121).

O homem de 40 anos é professor e se converteu ao Cristianismo na universidade, se tornando o primeiro cristão da sua família. Quando iniciou as vendas de livros religiosos, Tianlong não imaginou que poderia ser preso.

De acordo com o Portas Abertas, Tianlong começou seu pequeno negócio de vendas de livros nos anos 2000, na esperança de conseguir uma renda extra nas plataformas online. Tudo correu bem até 2018, quando a polícia o obrigou a interromper as vendas e começou a investigá-lo.

Na época, uma nova legislação sobre assuntos religiosos restringiu o anúncio de venda de Bíblias, assim, o governo interrompia o acesso das pessoas que procuravam em sites de buscas onde comprar livros religiosos e Bíblias.

Depois que deixou a prisão, o cristão passou a ser acompanhado por um parceiro local do Portas Abertas, que pode ver com seus próprios olhos que a perseguição não tirou a coragem do professor de servir a Deus.

– Experimentei o poder de Deus em minha fraqueza. Foi assim que eu consegui suportar a tribulação. Creio que Deus tem um lindo propósito para minha vida. No período em que estive preso, pude finalmente me acalmar e descansar nele – disse Tianlong em uma das visitas.

Ao lembrar do dia da prisão, o professor chin}es disse que sentiu medo e ficou apreensivo, mas hoje, ao olhar para tudo que viveu, é grato a Deus pelo tempo que esteve preso.

Atualmente, Tianlong está participando de diversos estudos bíblicos online. Ele quer aprofundar o relacionamento com Deus e não perde oportunidade alguma para atingir esse objetivo.

Ele até mesmo se dispôs a servir como voluntário da Portas Abertas no próximo acampamento de jovens na China.

CHINA É O 19º PAÍS QUE MAIS PERSEGUE CRISTÃOS

A perseguição mais evidente na China acontece em regiões onde o budismo ou o islamismo são as religiões majoritárias – qualquer pessoa que se converte ao cristianismo é vista como traidora da etnia e da família. Esses cristãos podem ser ameaçados ou mesmo feridos em uma tentativa de convencê-los a voltar para a religião da família.

Entretanto, perseguição e discriminação estão se espalhando lentamente por grande parte da China. A meta do Partido Comunista Chinês é ter a certeza de que igrejas não façam nada inapropriado do ponto de vista oficial. No caso das igrejas oficiais, isso significa que são encorajadas a louvar e permanecer fiéis ao Partido Comunista e sua ideologia. Igrejas que alegam que Cristo é rei são vistas com suspeita, principalmente porque o cristianismo é visto como uma influência ocidental. Igrejas domésticas sempre existiram em uma área legal não clara, em que elas não são registradas nem tecnicamente permitidas, mas amplamente toleradas. Novas regulamentações continuam enfraquecendo sua condição. Menores de 18 anos continuam sendo proibidos de frequentar a igreja. A maioria das igrejas é monitorada e pode ser fechada sem aviso.

A perseguição digital também impacta a igreja na China. Restrições aprovadas em 2018 como parte de uma lei que afeta diferentes aspectos religiosos têm tornado mais difícil para cristãos usarem a internet ou as mídias sociais para saber mais sobre sua fé. O autoritarismo crescente do governo significa que cada cidadão chinês pode ter certeza de que nenhuma de suas pegadas digitais está fora da visão do Estado. Grupos de conversa cristãos são rotineiramente fechados, e o sofisticado sistema de segurança do governo foi introduzido para atingir grupos minoritários em algumas regiões. Observadores temem que essa tecnologia seja cada vez mais usada para atingir cristãos, principalmente os de igrejas domésticas.

O país está em 19º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024, que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos no mundo.

*Com informações Portas Abertas

Foto: Portas Abertas