Francisco Leali analisou solicitação do Planalto para que PF investigue supostas fake news sobre ajuda ao RS
O comunicador Francisco Leali observou, em coluna no jornal o Estado de S.Paulo, que o governo Lula (PT) quer utilizar a Polícia Federal (PF) para punir seus críticos e até quem gosta de teoria da conspiração. No texto, publicado nesta sexta-feira (10), o autor analisa que o Executivo tem se mostrado “intolerante e duro” e que o ato de considerar postagens crime pode até mesmo favorecer seus opositores.
Leali inicia suas considerações apontando que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, recebeu ordens do governo Lula para “ir atrás de quem dissemina fake news sobre a ajuda às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul”. Ele também aponta que o Palácio do Planalto elaborou um documento pedindo que a Polícia Federal (PF) investigue, fornecendo ainda uma lista com 11 alvos.
– Há de tudo ali. Do parlamentar da oposição e filho 03 de Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a perfil que apela a teorias da conspiração. (…) Eduardo Bolsonaro entrou na mira porque postou em sua rede social comentário dizendo que o governo Lula levou 4 dias para atuar na ajuda ao Rio Grande do Sul. Certo ou errado, isso é crime ou apenas uma amostra do hábito mais antigo de um opositor: critica tudo, até mesmo quando não tem razão? – escreveu Leali.
O colunista ainda afirma que, na lista, há perfis que disseram que as Forças Armadas estavam prestando pouca ajuda ao povo gaúcho; além de uma conta que, em uma receita de suco de beterraba com laranja, disse que veículos militares viraram submarinos em meio às enchentes.
– Na semana em que o governo federal esteve consumido com o socorro emergencial ao Rio Grande do Sul, uma parte dele considerou ser necessário recorrer à PF para investigar quem usa as redes sociais para espalhar informações falsas, distorcidas ou apenas críticas. Nas palavras de baixo calão de um ministro, a orientação é para “botar para f.” – acrescentou Leali.
Por fim, o comunicador expressou sua visão de que a “estratégia cumpre seu papel político de o Executivo mostrar-se intolerante e duro contra quem aposta no caos. Mas elevar o grau para considerar postagens crime pode ser um presente para a turma que deixou o poder e precisa manter aceso o embate polarizado”.