O PSDB e o Podemos aprovaram nesta quinta-feira (5) a fusão entre as duas legendas, criando um novo partido que ainda terá nome e direção definidos nos próximos meses. A decisão foi chancelada pela Executiva Nacional do PSDB, que agora aguarda Executiva Nacional do Podemos.
A proposta de fusão foi aprovada por ampla maioria dos tucanos: foram 201 votos favoráveis, 2 contrários e 2 abstenções. Com a incorporação, uma mudança importante acontece à curto prazo: vereadores eleitos pelo PSDB e Podemos em todo o país, inclusive no Mato Grosso do Sul, passam a ter a possibilidade de trocar de partido sem risco de perda de mandato, já que a fusão é reconhecida como justa causa para desfiliação. Isso deve provocar movimentações nas câmaras municipais do estado, especialmente em Campo Grande. Ao todos 7 vereadores da Capital ganham esse “direito”.
Já para deputados estaduais e federais, tanto do PSDB quanto do Podemos, o impacto imediato é menor. Isso porque haverá uma nova janela partidária em 2026, ano eleitoral, permitindo trocas de partido sem prejuízo de mandato. Assim, a fusão tem efeito prático mais imediato para os vereadores, que ganham agora uma espécie de “janela extra”, com liberdade para buscar novos espaços ou projetos políticos em outras legendas.
No cenário estadual, o governador Eduardo Riedel (PSDB) acompanha de perto os desdobramentos da fusão, mas deve aguardar a conclusão formal do processo para definir seu futuro político.
Já o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), uma das figuras mais influentes do PSDB no Mato Grosso do Sul nas últimas décadas, avalia a possibilidade de deixar a sigla. A mudança é motivada por um dos compromissos firmados entre PSDB e Podemos: priorizar a reeleição de senadores e governadores (só tem o Riedel) atualmente com mandato pelas duas legendas. No estado, esse compromisso afeta diretamente Azambuja, já que a senadora Soraya Thronicke (Podemos) buscará a reeleição em 2026, com prioridade dentro da nova legenda.
Azambuja, que exerceu dois mandatos como governador e foi uma das principais lideranças tucanas no estado, deverá migrar para um partido onde tenha mais espaço para uma eventual candidatura ao Senado.
A senadora Soraya Thronicke, por sua vez, emerge como figura central do novo partido no Mato Grosso do Sul. Ela já articula apoios e deve ter prioridade na composição de alianças, reforçando sua pré-candidatura à reeleição em 2026.
Com a fusão, o novo partido deve nascer com cerca de 28 deputados federais e ao menos 7 senadores, se consolidando como uma das maiores bancadas do Congresso. O movimento visa não apenas aumentar o tempo de televisão e acesso ao fundo partidário, mas também garantir maior influência nas eleições municipais de 2024 e na disputa nacional de 2026.